O ex-presidente do Peru Alan García está sendo investigado como líder de uma organização criminosa de lavagem de dinheiro, integrada por cerca de 30 pessoas, entre elas sua esposa, Pilar Nores, e vários ex-ministros. A informação é da agência EFE.
As investigações ocorrem de maneira paralela ao caso Odebrecht no país. A Promotoria acusa García de ter participação nas propinas pagas pela construtora para ganhar várias licitações durante seu governo, entre elas o trecho 2 da linha 1 do metrô de Lima.
As informações sobre o novo inquérito foram divulgadas ontem (4) pelo jornal peruano La República, que afirma que o promotor do caso, José Antonio Castañeda, decidiu prorrogar as investigações para o próximos 36 meses, dentro da Lei contra o Crime Organizado.
Entre os 30 acusados estão os ex-ministros Luis Nava, Aurelio Pastor, Hernán Garrido Lecca e José Antonio Chang. Outro citado é Facundo Chinguel, também ex-membro do governo, condenado a nove anos de prisão pela libertação ou redução de pena de 3 mil traficantes em troca de propina.
Segundo o La República, o promotor afirma que esse grupo enriqueceu cometendo crimes de corrupção contra a administração pública, mantendo um esquema “devidamente estruturado, com alcance nacional e internacional, regular e permanente”.
Sigilo
Titular da Primeira Promotoria Corporativa Especializada em Lavagem de Dinheiro, Castañeda decretou sigilo sobre o caso. Quatro congressistas do Partido Aprista Peruano (PAP) protestaram contra o vazamento do processo e contra a classificação de crime organizado utilizada pelo promotor.
Jaime del Castillo, primeiro-ministro do Peru durante o segundo mandato de García, acusou o promotor de “prevaricar” por investigar acusações que já foram arquivadas. “Sem nenhuma indisposição, ele tem o descaramento de desacreditar um conjunto de pessoas lideradas pelo ex-presidente e ainda acusa de maneira infame Pilar Nores de ser participante”, afirmou Castillo.
O porta-voz do PAP no parlamento, Mauricio Mulder, disse que apresentará uma denúncia à Promotoria porque “há promotores de araque que se dedicam a fazer política”. (Da Agência EFE/pela Agência Brasil)