As procissões do Círio
No total, 2 milhões de devotos devem participar dos festejos, que são a mais importante celebração religiosa do estado e uma das maiores do mundo. A festa também é considerada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) desde 2013.
A tradição, iniciada em 1793, dura 15 dias e tem a procissão principal no segundo domingo de outubro, no dia 8. A comemoração começa com missa presidida pelo arcebispo de Belém e, em seguida, ocorre a procissão, que percorre os bairros da Cidade Velha e Nazaré. Ao longo do trajeto há apresentações de corais, canto lírico e hinos de louvor à Santa, em um movimento cultural e religioso que mobiliza toda a população da cidade.
Neste ano, segundo estudo da Secretaria de Estado de Turismo (Setur-PA) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), o gasto médio dos visitantes deverá alcançar US$ 29,1 milhões, aproximadamente R$ 91 milhões. Os romeiros vêm, em sua maioria, do Maranhão (17,3% em 2016) e do Rio de Janeiro (13,3%).
História
A história do Círio começou com o achado de Plácido José de Souza, o caboclo Plácido. Um dia, caçando no igarapé Murutucu, ele viu a imagem da Santa entre as pedras. O homem levou a imagem para casa e montou um altar simples. No dia seguinte, porém, a estátua sumiu. Plácido foi procurá-la às margens do igarapé, e a encontrou no mesmo lugar que estava anteriormente, entre as pedras. Segundo a tradição, a Santa voltou outras vezes ao local, onde foi construída a primeira ermida.
Um dos elementos mais conhecidos do evento é a corda utilizada para puxar o carro que transporta a Imagem da Santa, que representa uma ligação com a Virgem. Os milhares de romeiros segurando a corda formam uma espécie de cinturão que protege a berlinda (local onde a imagem peregrina).
Outra tradição cultural do festejo é o chamado almoço do Círio, em que as famílias se reúnem no dia da procissão principal. O cardápio é composto de comidas típicas como o Pato no Tucupi (pato ao molho de tucupi, caldo extraído da mandioca, e jambú, uma folha de sabor peculiar) e Maniçoba (uma feijoada amazônica com todos os ingredientes, mas no lugar do feijão vai a maniva – uma massa feita com folhas da mandioca). (Fonte: Governo do Brasil, com informações da Prefeitura de Belém (PA), do Governo do Pará, da Unesco, da Diretoria da Festa de Nazaré e do Iphan)