Já de olho no planejamento da próxima temporada, o Cruzeiro definiu como prioridade a contratação de um executivo para seu departamento de futebol. Além de Itair Machado, homem de confiança do presidente eleito Wagner Pires de Sá, o ex-jogador do clube, Marcelo Djian, poderá integrar o departamento. A intenção da nova cúpula é que Djian já faça parte da equipe de transição, que começa a trabalhar nesta segunda-feira.
Conforme apurou a reportagem, o nome do ex-zagueiro do Cruzeiro foi bem recebido por cabos eleitorais importantes de Pires de Sá no conselho do clube. O novo presidente tenta readquirir a confiança de seus pares depois de uma pós-eleição turbulenta, com a saída do então vice de futebol, Bruno Vicintin, e o anúncio da não permanência do gerente de futebol Tinga. A contratação de Marco Antônio Lage e a intenção de contar com Djian, além da montagem do grupo de transição, buscam, também, amenizar as consequências das perdas.
Marcelo Djian defendeu as cores do Cruzeiro entre 1997 e 2001 e marcou cinco gols em 181 jogos. Na Toca da Raposa II, conquistou o Campeonato Mineiro e a Recopa Sul-Americana de 1998 e também foi vice-campeão do Campeonato Brasileiro daquele ano. Em 2000, participou da campanha que rendeu ao clube celeste seu terceiro título de Copa do Brasil. A identificação de Djian com o Cruzeiro foi preponderante para a escolha, segundo interlocutores do novo presidente.
Depois de abandonar os gramados, Djian virou empresário de atletas. Agenciou, entre outros, o atacante Wellington Paulista e o zagueiro Anderson, que passaram pelo Cruzeiro, e o lateral Thiago Feltri, ex-Atlético. Ele tinha a hoje extinta licença Fifa, que tirou em maio de 2003.
Olhos de lince
Há algum tempo, Djian não exerce mais a função de agente de jogadores. Passou a ficar, exclusivamente, na representação do Lyon no Brasil. Ele defendeu o clube francês entre 1993 e 1996 e estreitou lanços com a direção. Foi por indicação de Marcelo que a equipe levou para o velho continente jogadores como Edmílson, Caçapa, Juninho Pernambucano, Cris, Fred, entre outros.
“Indico e o Bernard Lacombe, que é o diretor de futebol e foi um atacante muito famoso, vem ao Brasil. Ele tem um bom olho, vê sempre duas ou três partidas de cada um e nós conversamos. Há uma confiança grande no meu trabalho, mas até prefiro que ele venha e olhe”, disse Djian em entrevista ao portal Terra, em abril de 2010.
Em julho de 2015, Djian indicou ao Lyon a contratação do zagueiro Jemerson, então revelação do Atlético. O negócio acabou não evoluindo. Hoje titular absoluto do Monaco, rival no Campeonato Francês, o defensor é constantemente lembrado por Tite na Seleção Brasileira. (informações do SuperEsporte)