O governo do Iraque anunciou nesta segunda-feira (9) novas medidas econômicas em resposta ao referendo de independência realizado na região autônoma do Curdistão no último dia 25 de setembro, considerado ilegal por Bagdá, segundo dados divulgados pelas autoridades curdas. A informação é da agência EFE.
A principal medida restritiva aprovada durante reunião do Conselho de Ministros para a Segurança Nacional, presidido pelo premiê iraquiano, Haider al-Abadi, foi a ordem para que todas as empresas de telefonia móvel curdas transfiram suas sedes para Bagdá e fiquem sob a autoridade do governo federal.
Segundo um comunicado do escritório de Abadi, o governo reafirmou que todas as medidas aprovadas previamente contra as autoridades curdas continuarão em vigor. Entre elas, a determinação dada pelo governo à Procuradoria para que inicie processos judiciais contra os responsáveis pelo referendo.
Neste sentido, o governo iraquiano informou que preparou uma lista de funcionários curdos que serão acusados nos tribunais, mas não a divulgou nem esclareceu se na mesma aparece o presidente curdo, Massoud Barzani.
Contas bancárias
Além disso, o escritório de Abadi afirmou que continua investigando as contas bancárias dos responsáveis políticos do Curdistão, “nas quais é depositado o dinheiro da exportação do petróleo” com o objetivo de “recuperar” essas quantias e “perseguir os corruptos”.
O Conselho de Ministros do Iraque também abordou as negociações com a Turquia e o Irã com o objetivo de coordenar o fechamento das passagens fronteiriças e a suspensão do comércio desses países com o Curdistão iraquiano, até que as autoridades curdas entreguem o dinheiro a Bagdá.
A medida mais polêmica até agora é a ordem de suspender os voos internacionais com origem ou destino nos aeroportos curdos de Erbil, capital regional, e Suleimaniya. Segundo Bagdá, a suspensão desses voos ficará em vigor até que o governo curdo entregue o controle dos aeroportos ao Executivo central.
Abadi reiterou hoje (9) que nenhuma destas medidas é um “castigo” para o povo curdo, e pretendem “beneficiar” a população.
Após a votação no referendo, não vinculativa, e que teve cerca de 72% e 92% de votos favoráveis à independência, as autoridades curdas pretendiam dialogar com Bagdá sobre questões pendentes, entre elas a soberania sobre territórios disputados, que administrativamente são iraquianos, mas que estão sob o controle de forças curdas, como é o caso da província de Kirkuk. (Da Agência EFE/pela Agência Brasil)