Uma mulher norte-americana, seu marido canadense e os três filhos foram libertados do cativeiro pelas forças de segurança paquistanesas, quase cinco anos depois de serem tomados como reféns pelos talibãs no Afeganistão. As informações são da rede norte-americana CNN.
O anúncio veio de uma declaração do exército paquistanês e foi confirmado por oficiais dos EUA.
O casal, a norte-americana Caitlan Coleman, de 31 anos, e seu marido, Joshua Boyle, de 33 anos, foram sequestrados pelos talibãs em 2012, enquanto viajavam a turismo pelo Afeganistão, e estavam em cativeiro desde então.
Caitlan estava grávida quando foi sequestrada. O casal teve mais dois filhos no cativeiro. Em uma declaração, o exército paquistanês disse que as agências de inteligência dos EUA estavam rastreando os reféns e compartilhando informações com o Paquistão quando a família foi transferida para o país. Funcionários dos EUA confirmaram que havia informações sobre a localização deles nos últimos dias que foi compartilhada com os paquistaneses.
Nas primeiras horas após a sua libertação, a família ainda estava no Paquistão, enquanto os acordos estavam sendo feitos para devolvê-los aos EUA ou ao Canadá.
“A operação das forças paquistanesas, baseada em inteligência das autoridades dos EUA, foi bem-sucedida, todos os reféns foram recuperados sãos e salvos e estão sendo repatriados para o país de sua origem”, afirmou o comunicado. “O sucesso ressalta a importância do compartilhamento de informações em tempo hábil e do compromisso contínuo do Paquistão em combater essa ameaça através da cooperação entre duas forças contra um inimigo comum”, disse.
É possível que o resgate bem-sucedido da família seja o mencionado na quarta-feira (11) pelo presidente americano Donald Trump, que disse a uma multidão na Pensilvânia que “algo aconteceu hoje, em que um país que totalmente nos desrespeitou deu notícias muito importantes”.
Trump não revelou o país ou qualquer detalhe envolvido, mas disse que “um dos meus generais entrou e eles disseram, você sabe, eu tenho que lhe dizer que, um ano atrás, eles nunca teriam feito isso”.
“Este é um país que não nos respeitou, este é um país que nos respeita agora. O mundo está começando a nos respeitar de novo, acredite”, disse Trump, parecendo citar o Paquistão e o papel do país em promover a recuperação dos quatro reféns.
Funcionários da inteligência dos EUA acreditavam que o casal estava sendo mantido no cativeiro pela Rede Haqqani, um ramo dos talibãs responsável por alguns dos ataques mais violentos e sofisticados do grupo. Em dezembro de 2016, o comandante das forças dos EUA no Afeganistão, o general John Nicholson, disse que a Rede Haqqani matinha um total de cinco reféns americanos.
O Talibã lançou um vídeo “prova da vida” com a família, em dezembro, onde Caitlan se dirigiu ao então presidente Barack Obama e depois ao então presidente eleito Trump, dizendo que os talibãs “não vão simplesmente libertar nossa família facilmente, porque é correto. Eles querem dinheiro, poder e amigos … Dizem que há afegãos presos em Cabul com os quais esses homens se preocupam”.
Os talibãs continuam a manter outros reféns ocidentais, incluindo o americano Kevin King, de 60 anos, e australiano Timothy Weeks, 48 anos. Ambos estavam trabalhando como professores na Universidade Americana do Afeganistão, em Cabul, quando foram sequestrados de um veículo em agosto de 2016. Logo depois, as Forças de Operações Especiais dos EUA tentaram resgatar os dois professores, mas os reféns não estavam no local onde as tropas acreditavam ser o cativeiro.
Acredita-se que um outro americano esteja sendo mantido refém no Afeganistão ou no Paquistão: o escritor Paul Overby, de 70 anos. (Do Globo.com)