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O presidente foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) pelos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa. Na mesma peça, também são acusados os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
Cabe à Câmara autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a processar o presidente e os ministros. Na CCJ, os deputados precisam votar o parecer sobre o caso, que depois será enviado para a análise do plenário principal da Casa.
Na semana passada, o relator recomendou que a Câmara rejeite o prosseguimento do processo. Ele argumenta que o Ministério Público “mancomunado com o Judiciário” trouxe um “desequilíbrio nas relações entre os poderes da República”.
Antes da votação, a CCJ precisa vencer a fase de debates sobre o relatório. Terão a palavra os 66 integrantes titulares da comissão, os 66 suplentes e até 40 não membros (confira os procedimentos ao final desta reportagem).
Encerrada a discussão, será concedido prazo para réplica do relator e para os três advogados de defesa.
Na análise da primeira denúncia contra Temer, por corrupção passiva, a CCJ dedicou duas sessões para a fase de debates. A primeira se estendeu por mais de 14 horas. Na segunda, foram mais de cinco horas de duração.
Após essa etapa, a comissão passará para a votação do relatório. De acordo com o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), a votação da denúncia na comissão deve ser feita ainda nesta semana. No plenário, a previsão é que a decisão fique para a semana que vem.
O Palácio do Planalto ainda estuda os impactos da divulgação de vídeos de depoimentos do operador financeiro Lúcio Funaro.
Os interlocutores do presidente avaliam que a tendência de rejeição da denúncia pela Câmara está mantida, mas aliados devem ampliar as cobranças ao governo.
Procedimentos
Discussão
- A primeira reunião de discussão e votação do parecer está prevista esta terça, às 10h;
- Terão a palavra os 66 integrantes titulares da CCJ, os 66 integrantes suplentes e os chamados não-membros, no limite de 40 pessoas (20 a favor do parecer, 20 contra o parecer);
- Cada titular e cada suplente terá 15 minutos para se manifestar. Os não-membros terão 10 minutos, cada. Não será permitida a cessão do tempo de fala de quem está inscrito para quem não está inscrito, mas será permitida a permuta entre dois inscritos. Quem não estiver presente na hora em que for chamado, perde a inscrição;
- Os líderes podem falar, e esse tempo de liderança poderá ser somado ao tempo de discussão. O tempo de líder não poderá ser usado para que um parlamentar consiga ter preferência na lista;
- Não será permitida a apresentação de requerimento de encerramento de discussão;
- Encerrada a discussão, será concedido prazo de 20 minutos para réplica do relator;
- Em seguida, cada advogado poderá se pronunciar por igual tempo concedido ao relator.
Votação
- Por acordo entre os líderes da Câmara, ficou decidido que, durante a madrugada, não haverá votação do parecer;
- Antes da votação, pode haver encaminhamento de votação, com discursos de dois parlamentares a favor e dois contrários;
- A votação será nominal, com o resultado no painel eletrônico. Não haverá chamada nominal de deputados, nem será possível requerimento para que a votação seja secreta;
- O parecer será aprovado por maioria simples com, no mínimo, 34 deputados presentes (maioria absoluta). Ou seja, se houver no mínimo 34 deputados votando, ganha o lado que obtiver mais votos;
- Ao deliberar, a CCJ vai se decidir pelo deferimento ou indeferimento do pedido de autorização para instauração de processo pelo Supremo Tribunal Federal;
- Caso o parecer de Bonifácio de Andrada seja derrotado, o presidente da CCJ designará o relator vencedor, que vai elaborar um parecer que retrate fielmente a intenção da comissão;
- Nessa hipótese, o novo parecer será lido, mas não será permitido pedido de vista (mais tempo para analisar o caso) nem discussão. Haverá nova orientação de bancada e nova votação nominal, nos mesmos termos da votação anterior;
- O novo relator pode pedir prazo até a sessão seguinte para elaboração do novo texto, desde que esse prazo não extrapole cinco sessões de deliberação por parte da CCJ;
- O parecer da CCJ será lido no plenário da Câmara e publicado no “Diário da Câmara dos Deputados”. Será incluído na ordem do dia da sessão seguinte à chegada do parecer à Mesa Diretora.
Plenário
- No plenário, o regimento interno da Câmara prevê discussão do tema entre os deputados;
- Depois, o parecer da CCJ é submetido à votação nominal, por chamada dos parlamentares (a mesma sistemática do processo de impeachment e da primeira denúncia: o presidente da Câmara chama os nomes, que vão ao microfone e votam);
- Para que seja autorizada a instauração do processo, é preciso o aval de dois terços dos deputados, ou seja, 342 deputados;
- Se a Câmara admitir a acusação contra o presidente da República, considera-se que foi autorizada eventual instauração do processo pelo STF. A decisão, então, será comunicada à Suprema Corte em duas sessões;
- Se a denúncia for rejeitada, Temer só poderá ser processado após o término do mandato presidencial.
*informações de Agências