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Um ex-guarda de um campo de concentração nazista na Polônia foi acusado nesta sexta-feira (20/10) de ser cúmplice no assassinato de milhares de detentos durante a Segunda Guerra Mundial. O homem, cuja identidade não foi revelada devido às leis de privacidade na Alemanha, é residente de Frankfurt e tem 96 anos de idade.
Trata-se do mais recente processo envolvendo um dos poucos oficiais nazistas ainda vivos, o que irá exigir uma corrida contra o tempo dada a idade avançada do acusado.
O ex-soldado da SS (tropa de elite nazista) teria servido no campo de Majdanek, perto da cidade polonesa de Lublin, entre agosto de 1943 e janeiro de 1944. No período, o local foi palco do assassinato de ao menos 17 mil judeus, afirmaram os promotores.
Ainda segunda a acusação, o homem, então com 22 anos de idade, trabalhou como guarda em volta do campo e nas torres de vigilância do local.
“De acordo com as evidências conhecidas, o suspeito, bem como todos os outros membros da SS no campo, tinha conhecimento do assassinato cruel e organizado em massa”, disseram os promotores em comunicado.
Em particular, o ex-soldado é acusado de apoiar a chamada Operação Erntefest (Festa da Colheita) em 3 de novembro de 1943. Naquele dia, 17 mil prisioneiros do campo de Majdanek e outros que realizavam trabalhos forçados nos arredores foram obrigados a cavarem suas próprias covas antes de serem fuzilados. Para abafar o som das execuções nas grandes valas, música foi tocada em alto volume nos alto-falantes.
O tribunal distrital de Frankfurt, onde foi feita a acusação, ainda deve decidir se procede ou não com o caso. Ainda não há data para o julgamento.
Mais de 70 anos após o final da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha continua abrindo processos contra antigos suspeitos de crimes de guerra durante a ditadura nazista. A idade avançada dos acusados, no entanto, dificulta a tarefa de levá-los a julgamento.
IP/ap/dpa/afp