A Prefeitura de João Monlevade enfrenta dificuldade em contratar médicos para trabalhar no programa de Estratégia de Saúde da Família (ESF). Nem mesmo o salário de R$ 12 mil por mês tem chamado atenção dos profissionais. Uma das justificativas pode ser a dedicação ao trabalho, que exige 40 horas por semana do médico. Aliados a isso estão as precárias condições de trabalho, falta de plano de carreira e demora na convocação dos aprovados em concurso público.
Com a falta de profissionais na saúde pública, as equipes estão defasadas e chovem reclamações por conta da falta de atendimento médico na cidade. O assunto foi levantado durante a última reunião da Câmara de Vereadores de João Monlevade. O parlamentar Belmar Diniz (PT) mostrou dados que apontam que das 15 vagas abertas em concurso público em equipes do ESF, 50 profissionais foram aprovados. Desses, 21 já foram convocados. No entanto, apenas cinco manifestaram intenção em assumir o cargo e foram empossados. Faltam oito médicos para tomar posse e outros nove desistiram da vaga.
Além do desinteresse pelo cargo de chefe do ESF, a saúde pública em João Monlevade padece com a falta de médicos especialistas. Isso porque os aprovados no concurso ainda não foram chamados para assumir a vaga. Houve a contratação de um médico do trabalho, três fisioterapeutas (faltam dois, conforme cargos abertos na seleção) e um dos quatro cirurgiães-dentistas do ESF. O caso mais crítico é em relação à contratação de três médicos cardiologistas, já que nenhum profissional se interessou pela vaga e os cargos estão em aberto.
Pediatras, ginecologistas, clínicos gerais, cirurgiões e ortopedistas aprovados no concurso sequer foram chamados para assumir a vaga. Essas são as áreas de maior demanda e carência da rede pública. Enquanto isso, do outro lado do balcão, quem depende de atendimento na rede municipal espera até dois meses para uma consulta.
“Temos um grande desinteresse dos profissionais em assumir a vaga e da prefeitura em convocar algumas especialidades. Enquanto isso, não temos médicos no posto de saúde do Loanda, Industrial e Novo Cruzeiro”, disse Belmar que integra a Comissão de Saúde da Câmara Municipal.
Outro que manifestou sobre o assunto, foi o presidente da Comissão, Revetrie Teixeira (PMDB). Segundo ele, é preciso entender o porquê do desinteresse dos médicos em trabalhar em João Monlevade. Ainda segundo o vereador, a Comissão vai checar os fatos.