A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito da Operação Acrônimo e indiciou oito pessoas, entre os quais o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Luciano Coutinho e a primeira-dama de Minas Gerais Carolina Oliveira, mulher do governador Fernando Pimentel (PT).
O governador mineiro – apontado pela PF como coordenador da “organização criminosa” – não foi indiciado por ter direito a foro privilegiado. Os policiais, entretanto, encaminharam o relatório com os indícios contra Pimentel ao gabinete do ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A PF aponta no inquérito que o governador de Minas atuou com a ajuda de Luciano Coutinho para favorecer o Grupo Casino em sua fusão com o Grupo Pão de Açúcar.
Foram indiciados, além de Coutinho e da mulher de Pimentel, o consultor Mario Rosa e o ex-diretor do grupo Casino Ulisses Kameyama.
De acordo com o relatório da Polícia Federal, Coutinho auxiliou Pimentel quando era ministro da Indústria e Comércio, no governo Dilma Rousseff. Os dois, segundo os policiais federais, atuaram para prejudicar o empresário Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, que vivia em guerra societária com o grupo Casino.
Conforme “O Globo”, o relatório aponta que a “organização criminosa é coordenada e integrada por Fernando Pimentel, que, em razão de seu cargo, facilitou a atuação de outros integrantes do grupo criminoso, ora usando sua influência política junto ao Ministério da Indústria e Comércio para favorecer e atender aos interesses do grupo, ora atuando por intermédio de outros agentes públicos”.
Responsável pelo inquérito, a delegada Denisse Ribeiro afirmou no relatório que o grupo criminoso atuou na doação para o caixa 2 da campanha eleitoral de Pimentel ao governo de Minas, em 2014.
Fernando Pimentel já foi denunciado pela Procuradoria Geral da República na Operação Acrônimo. Caberá agora ao STJ decidir se o governador mineiro vai se tornar réu, o que pode acontecer daqui a um mês. Para abrir ação penal, neste caso, não é necessário aval da Assembleia Legislativa de Minas.
O que disseram os suspeitos
A defesa de Fernando Pimentel afirmou que esse é um caso emblemático de excesso de perseguição e que a narrativa dos fatos desmente a conclusão do relatório.
A defesa da primeira-dama de Minas Gerais declarou que confia que a Justiça irá rejeitar as acusações.
O consultor Mário Rosa disse que reviraram a vida dele durante 29 meses, que ele não foi incriminado por nenhum delator e que nenhum problema fiscal foi encontrado.
A TV Globo não conseguiu contato com a defesa de Ulisses Kameyama. (informações do Globo.com)