O presidente Michel Temer informou nesta quinta-feira (26) ter sancionado a lei que torna crime hediondo a posse ou o porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, a exemplo de fuzis.
A informação foi dada pelo presidente durante evento no Palácio do Planalto no qual a Prefeitura do Rio de Janeiro e a Caixa Econômica Federal assinaram um acordo de financiamento.
Durante o evento, Temer disse que “não há como tratar bandidos com rosas nas mãos.”
O projeto que virou lei foi apresentado pelo então senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), atual prefeito do Rio de Janeiro. Crivella estava presente à cerimônia desta quinta.
“Quero dizer, e anuncio com muita satisfação, que na manhã de hoje [quinta] eu sancionei esse projeto mencionado pelo prefeito Marcelo Crivella, que impede o uso de armas de porte exclusivo do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, porque é isto que aflige o povo do Rio de Janeiro”, disse o presidente no evento.
O crime hediondo é considerado mais grave. Estão nesse rol, por exemplo, homicídio qualificado, latrocínio e estupro. Por isso a legislação prevê punições mais severas.
Quando um crime é incluído nesta lista, não é permitido, por exemplo, o pagamento de fiança para a libertação do criminoso. Além disso, a progressão de pena fica mais difícil.
Tratar bandidos com ‘rosas’
Ao discursar no evento desta quinta, Temer destacou as ações do governo federal no Rio de Janeiro, como operações na área de segurança. Segundo o presidente, será feito um combate “feroz” à criminalidade.
Ele afirmou, ainda, que não é possível “tratar bandidos com rosas nas mãos”.
“Vamos entrar cada vez mais em um combate feroz e necessário, na proporção de que a toda ação deve corresponder uma reação igual e contrária. Do tipo, quando era secretário de Segurança Pública em São Paulo, eu digo, não há como tratar bandidos com rosas nas mãos, você tem que responder à forma pela qual a bandidagem age.” – Michel Temer
‘Suposta crise política’
No mesmo evento, Temer afirmou que a “suposta crise política” dos últimos meses não parou o país.
“Vejam que nestes últimos cinco, seis meses, sem embargo de uma suposta crise política, penso tenha seu final no dia de ontem [quarta-feira], mas sem embargo dessa suposta crise política, o Brasil não parou”, afirmou.
Nos últimos cinco meses, Temer foi denunciado duas vezes pela Procuradoria Geral da República, pelos crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.
As duas denúncias foram rejeitadas pela Câmara, uma em agosto, e outra nesta quarta.
Citado em delações da Odebrecht e da JBSA na Operação Lava Jato, o presidente viveu a maior crise política do governo no fim do primeiro semestre deste ano.
Depois das delações, a oposição e a Ordem dos Advogados do Brasil apresentaram pedidos de impeachment de Temer. E até parte dos políticos aliados ao presidente passaram a defender que ele renunciasse. (De Agências)