Mais uma espécie rara foi registrada pela primeira vez no Parque Estadual Serra Verde, localizado na região Norte de Belo Horizonte e próximo à Cidade Administrativa de Minas Gerais. O urutau ou mãe-da-lua, nome científico Nyctibius Griseus, possui hábitos noturnos e tem como principal característica permanecer imóvel para se camuflar.
A ave raramente é vista nos grandes centros urbanos. O mérito do achado foi da equipe de brigadistas que, durante as rondas de prevenção a incêndios florestais, avistou o pássaro em uma área remota da unidade de conservação.
Segundo o geógrafo e monitor ambiental do parque, Miguel Filho, durante a ronda, um dos brigadistas o chamou para identificar uma ave diferente. “Ao chegar ao local, identifiquei que era um urutau. O curioso é que já fizemos várias trilhas à noite na unidade de conservação e nunca tínhamos avistado a espécie. Fomos encontrá-la justamente durante o dia, o que é muito raro”, conta.
O monitor disse também que alguns fatores levam a crer que a espécie não está só de passagem, mas provavelmente habitando a área da unidade. “Por ter sido avistada justamente de dia e pousada em uma árvore, acreditamos que a ave fixou moradia no parque. Isso demonstra a importância de se ter refúgios verdes em áreas urbanas”, acrescenta.
A espécie
O urutau possuiu uma característica única em aves, chamada de “olho mágico”. São duas fendas na pálpebra superior, que permitem que o animal fique imóvel por longos períodos, observando os arredores, mesmo de olho fechado. Ela também utiliza muito bem sua plumagem para se camuflar. Normalmente, a ave se passa por um pedaço de madeira, um galho de árvore ou mesmo troncos partidos. Ainda é característico que o passáro fique estático, não se assustando facilmente.
As aves dessa espécie medem aproximadamente 35 cm e pesam em torno de 16 gramas. Alimentam-se de insetos noturno, como grandes mariposas, cupins e besouro, que o urutau apanha em pleno voo. Além disso, são pássaros que têm o hábito de cantar à noite. Seu canto, inclusive, que muitos consideram triste, alimenta várias lendas.
O urutau em tupi-guarani significa ave-fantasma e é considerado um animal misterioso. A espécie está muito arraigada à mitologia dos povos indígenas da Amazônia. O seu habitat natural inclui a maioria dos países amazônicos como Bolívia, Peru, Brasil, Equador, Colômbia, Venezuela, Suriname e Guiana Francesa.
Os urutaus levam uma vida solitária, já que quase nunca são vistos em casal, a não ser quando se acasalam ou estão cuidando de sua cria, que abandonam depois de três semanas de nascimento. A ave põe somente um ovo, em cavidades de tocos ou galhos, a poucos metros acima do solo. Este é incubado por cerca de três dias e o filhote permanece no ninho em torno de sete semanas, informa a Semad, com informações do www.wikiaves.com.br.
Trilhas no Parque
O Parque Estadual Serra Verde realiza, periodicamente, caminhadas guiadas e temáticas. A próxima será a “Trilha dos Bichos”, que acontecerá no dia 11 de novembro (sábado), com horário ainda a definir, e terá como tema justamente a observação de Pássaros. Essa é uma oportunidade para se avistar e registrar algumas das mais de cem espécies que já foram catalogadas na unidade de conservação.
Mais informações sobre as trilhas: http://bit.ly/2txGnDh. (informações da Agência Minas)