Mais de dois anos depois de procuradores dos Estados Unidos terem revelado um caso de corrupção abrangente que abalou a Fifa, três ex-dirigentes da entidade mundial de futebol irão a julgamento em um tribunal de Nova York nesta segunda-feira (6) devido a acusações de corrupção. A informação é da agência Reuters.
A seleção de jurados deve ocorrer diante da juíza Pamela Chen. Os réus são: José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF); Manuel Burga, ex-presidente da Federação de Futebol do Peru; e Juan Ángel Napout, ex-presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e da Federação de Futebol do Paraguai.
Os procuradores norte-americanos acusaram os três de receberem subornos e propinas relacionados à venda de direitos de transmissão e marketing da Copa América e da Copa Libertadores, competições internacionais organizadas pela Conmebol.
Corrupção generalizada
O julgamento é parte de um inquérito criminal amplo, no qual os procuradores acusaram 42 pessoas e entidades. Os procuradores descreveram uma cultura de corrupção generalizada na concessão de direitos de transmissão e marketing de jogos de futebol em todo o mundo. Burga, Marin e Napout são os primeiros acusados a serem levados aos tribunais.
Vinte e quatro pessoas se declararam culpadas, a maioria desde que a investigação foi anunciada em maio de 2015, mas as primeiras confissões aconteceram em 2013. As acusações contra o dirigente de futebol norte-americano Charles Blazer foram anuladas após sua morte, ocorrida em julho.
“Depois de esperar dois anos, o senhor Napout anseia por seu dia no tribunal”, disse sua advogada, Silvia Pinera-Vazquez, na sexta-feira. Já Charles Stillman, advogado de Marin, e Bruce Udolf, advogado de Burga, disseram que seus clientes não quiseram fazer comentarários.
Entre os réus que já admitiram sua culpa no caso estão Jeffrey Webb, um ex-vice-presidente da Fifa e presidente da Concacaf, e José Hawilla, acusado de pagar propinas para garantir contratos para sua empresa de marketing esportivo, Traffic Group. (Da Reuters/pela Agência Brasil)