O presidente da Bolívia, Evo Morales, ameaçou nesta terça-feira (7) expulsar o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos, Peter Brennan, após acusá-lo de planejar uma “conspiração” relacionada com a corrupção e o narcotráfico.
“Se continuar conspirando, se continuar financiando a direita, se continuar planejando para uma conspiração, não tremeria a mão para expulsar novamente o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos porque somos dignos”, disse Morales em discurso.
O presidente boliviano fez a ameaça durante um discurso na cidade de Llallagua, no oeste do país, no qual também criticou os opositores, acusando-os de agir “como selvagens” quando fazem acusações contra o governo.
Morales enfatizou que “a direita não tem ideia” sobre como atacar o governo e alegou que a embaixada americana está por trás dos ataques a seu governo, em alusão a várias denúncias de suposta corrupção e narcotráfico feitas nas últimas semanas.
O presidente boliviano determinou, em setembro do 2008, a saída do país do então embaixador americano, Philip Golberg, a quem também acusou de conspiração, além de fazer o mesmo posteriormente com a agência antidrogas DEA e a agência de cooperação Usaid.
Os EUA refutaram a acusação na época e responderam com a expulsão do embaixador boliviano, Gustavo Guzmán.
A oposição questionou nos últimos dias a suposta relação do ministro do Governo, Carlos Romero, com o dirigente de um clube da segunda divisão do futebol local, Pablo Ramos Lima, preso por enriquecimento ilícito e investigado pelo crime de tráfico de drogas.
Os opositores também fizeram denúncias sobre supostas compras irregulares de aviões chineses e questionaram o ex-ministro de Economia e Finanças Luis Arce pela gestão do Banco Unión, entidade estatal que apresentou rombo de US$ 5,4 milhões.
“Pobre ministro, ex-ministro, (está) doente. A direita não tem nenhuma compaixão, são como selvagens, só querem castigar”, disse Morales sobre o que considera ataques contra Luis Arce, que está em tratamento contra um câncer no rim.
Agencia EFE