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Ela contou que estava sendo esfaqueada por Wender Antônio Dias de Assis, de 31, quando tomou a faca e o matou em legítima defesa. “Era matar ou morrer”, disse ela, aos prantos. A vendedora sofreu cortes na mão e na perna.
“A festa era regada a muita droga, bebida e rock’n’roll. O homem, que tinha passagens por homicídio, tráfico, uso de drogas e furto, uma ficha criminal longa, teve ciúmes da mulher e começou a bater nela. Ela correu e se escondeu no banheiro e levou uma faca, com medo”, contou o cabo da PM Felipe Fernando Oliveira.
Segundo o militar, o agressor foi à casa dele e retornou com uma arma de fogo. “O povo da festa ficou com medo e trancou o portão. Ele, nervoso, começou a esmurrar o portão, atirou, pulou o muro e voltou para a festa. Entrou quebrou a casa inteira. Destruiu sala, quarto e colocou fogo na cortina. Arrombou a porta do banheiro e começou a bater na mulher. Ela soltou a faca, e ele pegou e começou a esfaqueá-la na mão e na perna. Ela é uma mulher grande e conseguiu tomar a faca dele. Na sequência, a jovem se embolou com ele e deu um golpe mortal na garganta dele, atingindo a veia jugular. O sangue dele esguichou todo, de o corpo ficar branco. Levaram ele para o posto de saúde de Raposos, mas ele morreu”, contou o cabo.
“O casal estava loucão, pirado, muita cachaça e cocaína na cabeça. Há vários boletins de ocorrência de agressão dele contra a mulher”, informou o cabo. A Justiça já havia concedido medida protetiva para a mulher, mas os dois voltaram a morar juntos havia um ano. “Acredito que ela o matou em legítima defesa. Os relatos das testemunhas batem com a versão da autora”, disse o cabo.
Segundo ele, como Wender estava armado, as pessoas tiveram medo de separar o casal.
Depois do atendimento médico, a mulher foi presa por homicídio e levada à Central de Flagrantes do Barreiro (Ceflan). Aos prantos, ela disse ter levado duas facadas. “Eu ia levar uma facada no peito e me defendi. Levei 14 pontos na mão. Estou toda machucada, toda roxa. Ele tinha usado drogas”, contou. Segundo ela, Wender a agredia com frequência, mas ela sempre o perdoava. “Eu poderia estar morta, e a minha família, chorando. Morta por uma briga, ciúme obsessivo. Estou muito arrependida. Eu o amava e o perdoei várias vezes. Meu sonho era constituir uma família, uma vida com ele”, lamentou. Ela negou ter usado drogas.
A Justiça concedeu medida protetiva para a vendedora, por causa das agressões de Wender, mas o casal voltou a morar junto havia um ano. “Ele foi preso, mas eu o perdoei muitas vezes”, disse ela. (O Tempo)