Foram dois anos e meio longe dos gramados, e apenas quatro minutos em campo para mostrar o quão emocionante e mágico é o futebol. Recuperado de uma grave lesão no joelho esquerdo e de algumas cirurgias no local, o garoto de 22 anos, grande promessa da base celeste, superou dificuldades e angústias do período para fazer o segundo gol do Cruzeiro sobre o Avaí, na noite desta quarta-feira (15), no Mineirão.
Era a virada celeste que, apesar de frustrada com o gol de empate catarinense aos 47 min da segunda etapa e o 2 a 2, não ofuscou a redenção do jogador. Judivan entrou aos 29 min do segundo tempo e, após pênalti marcado sobre Robinho, o atacante recebeu dos companheiros a bola para, assim, galgar mais um capítulo de superação na carreira. Foi aplaudido por todos os companheiros e por todo o estádio. “Muito feliz, um dia especial para mim e poder voltar a marcar. Passou um filme por tudo o que passei”, contou Judivan, que dedicou o gol ao filho e à esposa.
Com o Campeonato Brasileiro em contagem regressiva, o campeão da Copa do Brasil, sem muito o que almejar na competição de pontos corridos – já tem garantida a vaga na Copa Libertadores do próximo ano –, vive um momento que dá ao técnico Mano Menezes a chances de ver novas peças em campo.
O ambiente do jogo esteve voltado para a negociação envolvendo a saída do lateral-esquerdo Diogo Barbosa, um dos destaques da equipe na temporada, para o Palmeiras. O negócio foi efetivado na terça mas, profissional que é, o jogador entrou em campo normalmente para o empate contra a equipe catarinense.
Com a bola em jogo, o torcedor celeste pôde observar, pela primeira, o atacante Jonata como titular no setor ofensivo. O garoto, que vai completar 20 anos no próximo dia 26, já havia entrado três vezes no decorrer das últimas partidas e cavou seu espaço desta vez com as baixas de Rafael Sóbis, Raniel, Rafael Marques e Sassá, todos machucados. Embora esforçado, pouco produziu e acabou substituído no início da segunda etapa.
Outra novidade estava na direita, esta sim, mais animadora. Com a lesão do lateral Ezequiel, Rafael Galhardo, enfim, fez sua estreia com a camisa azul. Contratado pela Raposa no meio do ano, não participava de uma partida oficial há quase um ano, mas mostrou qualidade e foi aplaudido.
Tecnicamente superior ao adversário, a equipe celeste se impôs desde o começo, penetrando com certa facilidade pela defesa do Avaí. Mas, por ironia, quem abriu o placar foi o visitante. Aos 21 min, Júnior Dutra marcou após pênalti de Henrique sobre Rômulo. No prejuízo, o time azul apertou o passo, criou mais chances, mas pecava na decisão entre o chute e o passe final.
Eis que foi preciso contar com o talento do maestro do time na temporada. Thiago Neves deixou tudo igual aos 13 min do segundo tempo, registrando o 16º gol no ano, fora as 14 assistências.
Mas a noite estava mesmo reservada para retornos. “É Judivan, é Judivan”, gritou o torcedor. Com personalidade, coube a ele a responsabilidade de cobrar o pênalti que deu a vitória à Raposa. Foi o terceiro gol do garoto pelo Cruzeiro, sem dúvida, o mais emocionante. Aos 47 min, o gol de Júnior Dutra deixou tudo igual. (Do Super FC)