Depois
Segundo ele, além da perda das usinas de Jaguara, Miranda, São Simão e Volta Grande, outros fatores como a própria recessão econômica contribuíram para os resultados negativos. “O volume de venda de energia aumentou só 0,2% e a inadimplência, embora tenha melhorado, ainda está num nível elevado. Tem também as condições hidrológicas, que têm estado bastante desafiadoras”, justifica Vélez.
Outro impacto negativo veio da adesão da Cemig ao programa de refinanciamento de créditos tributários do governo estadual. A Cemig aproveitou o desconto nos juros e multas, mas o pagamento da dívida afetou o resultado.
De acoro com Vélez, a prospecção para a empresa é positiva. Ele destaca o plano de desinvestimento da companhia, que já anunciou a venda de cerca de dez ativos importantes, como forma de buscar recursos para equacionar as dívidas. Desses dez, quatro são principais: parte da Taesa, a participação na Light, um aporte de capital na Renova ( empresa de energias alternativas), e a venda da usina de Santo Antônio. “Essa última já está em negociação avançada”, admite Vélez, referindo-se ao grupo chinês State Power Investment Corporation (Spic), que arrematou a hidrelétrica São Simão.
Em setembro, durante uma reunião fechada com os funcionários, o presidente da companhia, Bernardo Salomão Alvarenga, teria anunciado que a empresa estaria negociando um acordo com os chineses, para ficar com pelo menos um pedaço dessa, que era a maior usina da empresa. Em troca, os investidores ficariam com a participação de 22,4% que a Cemig tem na usina de Santo Antônio, em Rondônia, e também com parte da Light, distribuidora que atua no Rio de Janeiro.
O negócio não seria uma surpresa. Em meados deste ano, o diretor de finanças e relações com investidores da Cemig, Adézio de Almeida Lima, chegou a confirmar que a negociação para a venda de Santo Antônio estaria avançada. Na época, quem aparecia como o mais provável comprador era exatamente o grupo chinês State Power Investment Overseas (Spic), que acabou de arrematar São Simão por R$ 7,1 bilhões, 6,5% a mais do que o esperado pela União. Ontem, o Vélez confirmou que a negociação está avançada, entretanto, ao ser questionado sobre um possível acordo, se esquivou, mas não negou. “Difícil dizer. O que posso falar é que a Cemig esta vendendo a sua participaçao Santo Antônio, qualquer negociação depois disso, poderá ser anunciada”, afirmou. (Do O Tempo)