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O sucesso se deve ao inegável hit “Despacito”, coescrito por Erika e Luis Fonsi. Segundo dados da Universal Music Latin, a música conquistou o título de faixa mais reproduzida em plataformas de streaming, com mais de 4,6 bilhões de reproduções desde que saiu, em janeiro. No próximo mês, a cantora lançará uma versão em português e espanhol pela plataforma OneRPM.
Em entrevista à Rolling Stone Brasil, a artista enfatizou que a conquista ganha mais peso pelo fato da faixa ter uma autora mulher. “Eu sou a única [mulher] de origem hispânica da história a alcançar o topo das paradas norte-americanas com uma música em espanhol”, disse. “E, com isso, eu quero chamar a atenção de outras mulheres para mostrar que é algo possível.”
E a dificuldade de reconhecimento de artistas mulheres não está apenas na história das paradas, mas também na trajetória de Erika. “No começo da minha carreira era difícil mandar uma composição minha para outros cantores, porque eles achavam muito feminina. Depois, se eu mandasse a mesma música com uma voz masculina, funcionava. Aí, [em vez de Erika Ender] comecei a assinar apenas como E. Ender.”
A experiência da autora fez com que ela se preocupasse com a figura feminina ao escrever “Despacito”. Segundo Erika, o reggaeton é um gênero que costuma ser “agressivo com a mulher”, e ela quis remar contra a corrente na composição. “A mulher não é um objeto. A mulher é uma obra de arte”, completou.
E as mulheres também estão no centro quando o assunto é o Brasil. Filha de mãe brasileira, a cantora cresceu cercada pela cultura do país e, aos 42 anos, mantém a ligação com a música daqui, com destaque para algumas artistas. “Eu adoro a Ivete Sangalo, e a Anitta está fazendo um trabalho forte aqui e lá fora. Ela é uma pessoa muito determinada e que quer fazer a diferença que o Roberto [Carlos] fez em outro momento, com outro tipo de música.”(Rolling Stone)