A crueldade de um estupro contra uma menina, de apenas 6 anos, na semana da Criança, em outubro deste ano, é investigada pela Polícia Civil de Florestal, na Região Central de Minas Gerais.
O suspeito de cometer o crime é um fazendeiro e advogado de 74 anos que já ocupou o cargo de Procurador da República, antes de exercer a advocacia em um escritório de Belo Horizonte. J.O.M foi preso preventivamente nessa quarta-feira e encaminhado a uma penitenciária na Grande BH.
Registrado em ocorrência pela Polícia Militar no dia 15 de outubro, quando a criança, acompanhada da mãe, deu entrada em um posto de saúde de Betim com sangramentos, o crime teria ocorrido, segundo a Polícia Civil, no dia 12 do mesmo mês. Segundo o B.O, a criança disse aos médicos que um cachorro da fazenda em que ela morava com a família, que prestava serviços ao advogado há 33 anos, subiu em cima dela e a feriu.
No entanto, uma outra criança que estava na fazenda e não identificada no B.O disse que os sangramentos foram causados por um pedaço de madeira que estava na piscina da fazenda; contudo, o objeto não foi encontrado pela perícia. Após realização de exames, a versão das crianças foi contestada pelos médicos, pois os resultados apontaram que a criança sofreu penetração.
A menina foi liberada pelos médicos e retornou para casa com a mãe e um padrasto. Os resultados dos exames foram anexados ao boletim de ocorrência e entregues à Polícia Civil. Logo após o ocorrido, a mãe foi demitida da fazenda e a criança foi morar com uma tia paterna.
Responsável por conduzir a investigação desde o registro do B.O, o delegado André Luiz Cândido Ribeiro informou à reportagem do em.com.br, nesta manhã de sexta-feira, que o caso só foi esclarecido na última semana. No dia do crime, além do advogado, estavam outros três homens na fazenda, o padrasto, o cunhado e um irmão da vítima que, inicialmente, também foram tratados como suspeitos.
Entretanto, após mais de um mês longe da fazenda, a criança contou à tia com quem está morando que o fazendeiro a havia estuprado e ameaçado. “A história que ela contou é que um cachorro abusou dela, mas os peritos descartaram a versão no mesmo dia devido a gravidade das lesões, que era praticamente impossível serem causadas por um cachorro. Descobrimos que ele tinha a ameaçado, dizendo que mataria os pais dela caso ela contasse que ele teria cometido o crime. A história do cachorro foi ele quem mandou que ela dissesse também.”
Depois de ter conhecimento dos fatos, a tia foi com a sobrinha à delegacia da Polícia Civil em Florestal e contou o que a criança havia relatado ao delegado. O fazendeiro foi intimado e ouvido e negou todas as acusações. Contudo, nesta quarta-feira, o advogado foi preso de maneira preventiva na sede do escritório dele no Bairro Prado e informou que só se manifestará em juízo.
O delegado André Luiz Cândido Ribeiro informou que o inquérito deve ser finalizado nas próximas semanas, tendo em vista que falta apenas o laudo de um exame realizado na criança para a conclusão. Segundo o delegado, J.O.M deverá ser indiciado por estupro. “Um crime bárbaro, grave, mas felizmente conseguimos ter um desfecho e chegar ao suspeito do crime.”