O Los Angeles Clippers tinha um elenco bastante modificado para começar a temporada 2017-18. Chris Paul foi para o Houston Rockets e de lá chegaram Patrick Beverley, Lou Williams e mais um amontoado de jogadores. Para a surpresa de muita gente, o time californiano venceu seus quatro primeiros embates e assombrou a liga quando bateu o Phoenix Suns por 42 pontos. Tudo bem. Deu um sustinho, até porque, o Suns naquele momento era pior que equipes da G-League. Mas o Clippers, depois daquele momento, emendou uma sequência de nove derrotas e tudo passou a ser questionado.
Claro, o time perdeu Milos Teodosic no segundo jogo, Patrick Beverley e Danilo Gallinari um pouco mais tarde e, agora, está sem armador de fato até que o primeiro volte às quadras. Sabe-se lá quando isso vai acontecer, mas o certo é que Beverley, lesionado no joelho, não retorna.
Então, os rumores sobre uma troca envolvendo DeAndre Jordan passaram a pipocar para todos os lados. O pivô, que aos 45 do segundo tempo da offseason de 2016 resolveu permanecer em Los Angeles, tornou-se alvo de várias equipes e pode ser negociado em breve.
Em 17 jogos, o Clippers ocupa o indigesto 12° lugar, com seis vitórias e 11 derrotas.
Algo parecido ocorreu na conferência Leste. Há duas semanas, eu preparava um artigo sobre o primeiro mês da atual campanha. Escrevi algo sobre o Orlando Magic, mas acabei deixando de lado por conta de tempo, algo que realmente não tenho.
O time da Flórida ocupou os primeiros lugares por algum tempo e parecia bem ajustado, até pela presença de um técnico que eu gosto (Frank Vogel), a manutenção de um quinteto titular promissor — Aaron Gordon, Evan Fournier, Elfrid Payton, Nikola Vucevic e Terrence Ross —, além de bons reservas, como Jonathon Simmons e o calouro Jonathan Isaac. Só que Payton se machucou e, quase em seguida, D.J. Augustin, seu reserva imediato, sofreu a mesma lesão. Caiu, claro, também para o 12° lugar, agora no Leste.
Outras equipes vivem com o mínimo espaço para erros (ou contusões). Utah Jazz e Memphis Grizzlies que o digam. Primeiro, o time de Salt Lake City perdeu Gordon Hayward para o Boston Celtics. Hayward acabara de sair de sua melhor temporada da carreira, havia participado do Jogo das Estrelas e optou por mudar de ares. George Hill foi para o Sacramento Kings. A situação já seria complicada, mas aí Rudy Gobert, um dos melhores defensores da NBA, se machucou. Depois, Pronto. Perdeu as referências e está fora da zona dos playoffs.
Já o Grizzlies, não conta mais com Zach Randolph e Vince Carter (ambos no Sacramento Kings) e Tony Allen, que foi para o New Orleans Pelicans. Mike Conley perdeu, até agora, seis jogos por lesão. JaMychal Green, outros 12. Tudo bem que Tyreke Evans está se reinventando ali, Marc Gasol faz o possível, mas não dá para ser tão competitivo com tantas mudanças. Ou dá?
Depende. Se você tiver um astro do calibre de LeBron James, sabe-se lá o que pode acontecer.
Lembra que o Cleveland Cavaliers estava sendo achincalhado por derrotas em sequência? Vá lá. No momento, a melhor coisa que o Cavs tem saudável na armação é o veteraníssimo Jose Calderon. E não tem reserva, pois Kay Felder foi para o Chicago Bulls, Isaiah Thomas ainda não estreou, enquanto Derrick Rose pediu para ser afastado. Até LeBron chegou a assumir a armação nesse meio tempo. Dwyane Wade solicitou mudar para o banco de reservas, Tristan Thompson está fora por lesão. Mas…
Se você não acompanhou a NBA nas últimas duas semanas, vai tomar um susto, pois o Cavs voltou a vencer. Já são sete triunfos consecutivos e o time já ocupa o terceiro lugar no Leste.
A defesa continua difícil de engolir, mas quem se importa? Ninguém defende mesmo. É um monte de Jogos das Estrelas a cada rodada. Isso só muda nos playoffs, quando os times deixam de lado os números individuais e tratam de fazer o óbvio.
O Indiana Pacers também surpreende. Eu gosto do quinteto titular. Se olharmos atentamente, é um time que cheira playoffs, apesar da perda de Paul George. Tá. Tudo bem. Pode até não cheirar, mas possui peças interessantes, jogadores rodados. Não me surpreenderia se, ao fim da temporada regular, o Pacers estivesse classificado. Vale lembrar que também possui uma margem muito pequena para o azar.
Lembro de quando fizemos as previsões para a temporada. Quando colocamos o Dallas Mavericks abaixo do Los Angeles Lakers, muita gente chiou, reclamou mesmo. Isso é natural, mas hoje, o time californiano está brigando pela oitava vaga nos playoffs. Embora eu não acredite nessa possibilidade no momento, já aparece mais bem colocado que o Clippers, por exemplo (também fui criticado por escrever algo similar recentemente). Mas, como tudo sempre tem um mas, isso ainda pode (deve) mudar.
Agora, lembra o que a diretoria do Oklahoma City Thunder fez na offseason? Antes, nós só falávamos de Russell Westbrook. O conjunto até não era dos piores. Basta ver o que Victor Oladipo e Domantas Sabonis andam fazendo no Pacers. Era uma forçação de barra danada.
Mas Sam Presti foi demais. Pegou Paul George, um astro, por Oladipo e Sabonis. Trouxe Carmelo Anthony, outro ídolo. Seja lá qual o resultado final, Presti mitou. O resto, você pode culpar quem você quiser. Mas o Thunder não engrena. Isso incomoda. Era para estar melhor colocado. Quando você monta um quinteto titular tão bom, não pode ficar brigando por vaga nos playoffs. Precisa estar no topo. Por mais que Andre Roberson seja questionável, ele é ótimo na defesa. O Thunder bateu, esses dias, o Golden State Warriors e jogando bem. No jogo seguinte, perdeu para o Detroit Pistons e está agora com oito vitórias em 18 partidas. Mas isso pode mudar em breve. É só olhar para cima e ver que muito time que teve um começo ruim, já conseguiu subir de produção.
Quem ainda pode cair?
Denver Nuggets – O time contratou Paul Millsap, um dos melhores alas-pivôs da NBA. Agora, ele se machucou e pode perder até três meses de ação. Não é simplesmente colocando Kenneth Faried que as coisas vão dar frutos. Por mais que eu goste (muito) de Faried, Millsap é excepcional nos dois lados da quadra. Ele vai fazer falta, afirmou o Mr. Obvious.
Detroit Pistons – Eu gosto de Stan Van Gundy, de seu estilo de jogo, mas quem são os jogadores que estão fazendo a diferença ali? Justamente os que quase foram trocados antes da temporada, como Andre Drummond, Tobias Harris e Reggie Jackson. Se as derrotas começarem a pintar com frequência, os três voltarão a ser questionados.
New York Knicks – O time perde Carmelo Anthony, tem Jarrett Jack na armação titular e mesmo assim está na zona dos playoffs. Só que tem Kristaps Porzingis em seu melhor ano da carreira, Tim Hardaway Jr. em evolução e Courtney Lee surpreendendo. É uma equipe que, assim como o Grizzlies, tem uma margem mínima para erros.
New Orleans Pelicans – Eu sou muito fã de DeMarcus Cousins e Anthony Davis, especialmente juntos. Mas o time é muito mal montado. Jrue Holiday precisa jogar como ala-armador para Rajon Rondo ter espaço. E Rondo tira de Holiday justamente o que tem de melhor: a organização. Pode até se classificar, mas é um elenco Frankenstein.
Quem ainda pode subir?
Milwaukee Bucks – Eric Bledsoe acabou de chegar. Leva um certo tempo para um armador se sintonizar com o esquema de jogo de uma nova equipe. É normal. Giannis Antetokounmpo cresce a cada dia e o time ainda está sem Jabari Parker. Deve entrar na zona de classificação e, se der brechas, vai lutar por mando de quadra ao fim da temporada.
Miami Heat – Se você olhar para o elenco do Heat, vai notar que existem muitos jogadores para um setor e faltam para outro. OK, a liga permite isso hoje. Você não precisa contar com tantos atletas de garrafão. Acho que em breve, o time vai conseguir encontrar um padrão e voltar a vencer. Basta uma semana boa e estará bem classificado.
Utah Jazz/Los Angeles Clippers/Memphis Grizzlies – O problema dessas três equipes é não poder dar brecha para lesões de seus principais atletas. Todos perderam jogadores importantes na offseason e tentam lutar com o que possuem no momento. Devem subir a partir do momento em que caras como Rudy Gobert, Milos Teodosic e Mike Conley, retornem às quadras. (Jumper Brasil)