Foi preciso começar a se encaminhar para o fundo do poço e conviver com a má fase dentro de quadra e um ambiente conturbado fora dela para que o Montes Claros começasse a mostrar uma outra postura na Superliga masculina. Depois de dar trabalho para o vice-líder EMS Taubaté-Funvic-SP na última rodada, quando perdeu por 3 a 2, neste sábado o time do Norte de Minas recebeu o líder e favorito Sada Cruzeiro.
Contando com a defesa jogando muitas bolas pra cima, o Cruzeiro conseguiu vencer por 3 a 1 (30/32, 25/21, 25/15 e 25/17) para seguir na liderança da competição. Na próxima rodada, no próximo sábado, em Manaus, a equipe encara o Renata Vôlei-SP antes de embarcar para a Polônia, onde disputa o Mundial de clubes entre 12 e 17 de dezembro.
O pensamento de alguns de que o elenco da capital passaria por cima com tranquilidade não se confirmou dentro de um jogo em que o Montes Claros teve, nos primeiros sets, uma postura agressiva e aguerrida para conseguir incomodar os azuis. O oposto Alemão, que substituiu o barrado Lorena, principal contratação da temporada, foi um dos destaques, virando muitas bolas contra seu ex-time como manda a cartilha dos atletas da sua posição. Assim como o MOC, Alemão foi perdendo força com o decorrer da partida, vendo a vitória ficar longe. Outro jogador da casa que se destacou foi o ponta argentino Lisandro Zanotti, responsável por 18 pontos.
No primeiro set, Alemão fez toda a diferença para pontuar seguidamente, sem encontrar marcação do outro lado. O bloqueio celeste teve muita dificuldade na missão de parar o adversário pela saída de rede.
Diante de um oponente conhecido pela qualidade e títulos, a regularidade é item obrigatório. Sem ela, pouco se constrói e essa, talvez, foi uma das lições aprendidas pelo Pequi Atômico. Depois de fazer dois bons primeiro sets, o MOC caiu demais na terceira etapa, quando sofreu a virada antes de sucumbir no final. Mesmo com o ponta Leal rendendo muito abaixo do seu potencial, o Sada Cruzeiro venceu com o cubano em quadra durante todo o tempo, mostrando a confiança do técnico Marcelo Mendez no jogador. As viradas de bola, sem a principal opção em dia, ficou com Simon e Evandro, que corresponderam. O central cubano, inclusive, foi um dos grandes nomes da partida, com uma precisão elogiável nos saques. O troféu Viva Vôlei terminou nas mãos de Isac.
Ter conseguido incomodar, ficando sempre como um carrapato do pé do Sada Cruzeiro, deixou claro que o MOC pode render muito mais do que tem apresentado nas nove primeiras partidas, com apenas uma vitória. O primeiro set foi o melhor momento da equipe, determinada, bem postada taticamente e aproveitando as chances, sem desistir nas horas adversas. Depois de 22 a 19 para o Sada, o MOC conseguiu a virada em uma etapa dura, que foi bem além dos 25 pontos.
A recepção celeste foi testada o tempo todo e apresentou irregularidades, que acabaram não comprometendo o resultado final. O MOC teve no saque um dos principais fundamentos, mas o time ficou devendo no ataque e bloqueio. Pequenos erros em um jogo tão difícil fazem grande diferença nas horas de maior equilíbrio, e os donos da casa sentiram isso na pele. Assim que cochilava, o Sada já aparecia para mostrar seu poderio para conseguir um desafogo e tirar o adversário do interior da sua cola. Após empatar, o Sada Cruzeiro imprimiu um forte ritmo, que não conseguiu ser acompanhado pelo MOC, que segue fora da zona de classificação.