Arqueólogos anunciaram a descoberta dos restos de três navios naufragados na costa de Alexandria, no Egito. As embarcações foram datadas do período romano, há cerca de 2 mil anos, e entre os artefatos descobertos estão parte de uma estátua de cristal de um prestigiado general e três moedas com a efígie o primeiro imperador romano.
Os pesquisadores acreditam que a cabeça da estátua de cristal retratava o general romano Marco Antônio, mais conhecido por seu relacionamento com a rainha Cleópatra, imortalizado na obra de William Shakespeare “Antônio e Cleópatra”. Após o assassinato de Júlio César, em 44 a.C., Antônio formou, ao lado de Marco Emílio Lépido e Caio Otávio, o Segundo Triunvirato, que derrotou os libertadores, o grupo responsável pelo assassinato de César.
Após a vitória, a trinca foi desfeita e Antônio, no Egito com Cleópatra, se envolveu numa guerra com Caio Otávio, e acabou sendo derrotado. Em 30 a.C., cometeu suicídio, acreditando que Cleópatra havia se matado. As três moedas encontradas nos destroços trazem a imagem do vencedor Caio Otávio, nomeado em 27 a.C. como Augusto, o primeiro imperador romano, filho adotivo e herdeiro de Júlio César.
Além das peças romanas, foi encontrado um artefato representando o deus egípcio Osíris, um dos mais populares do Antigo Egito, relacionado com a vida após a morte. Segundo Mostafa Waziri, que dirige o Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, indícios apontam para a existência de uma quarta embarcação naufragada no local.
Os destroços foram descobertos na baía da província de Abu Qir, no Mar Mediterrâneo, que concentra numerosos sítios arqueológicos dos períodos pré-helenístico, helenístico e romano. Em 2000, uma equipe internacional de pesquisadores descobriu as cidades submersas de Thonis-Heracleion e Menouthis.
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