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Na avaliação de Maia, nos últimos meses o governo perdeu força no Congresso, especialmente devido às denúncias da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. “A gente sabe das dificuldades. A base do governo passou por duas votações de denúncia, com desgaste muito grande. Tem aqueles que, mesmo compreendendo a importância da votação, não confirmaram que podem votar com a matéria”, destacou. Para ele, falta apoio de partidos que integram o governo, como PSD e PR.
Em outubro, a Câmara rejeitou o prosseguimento da segunda denúncia apresentada pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal contra Temer, por obstrução de Justiça e organização criminosa. Em junho, Janot já havia denunciado o presidente pelo crime de corrupção passiva. A denúncia foi rejeitada em agosto.
Articulação
Para tentar conseguir os votos para aprovar a reforma, Maia disse que vai se empenhar, junto com o governo, nas articulações com os deputados. “Domingo o governo vai fazer uma reunião. Eu vou participar com os líderes, com os ministros e vamos tentar construir um caminho. A nossa responsabilidade no Brasil é muito grande. A reforma da Previdência, diferentemente do que a oposição vende, não tira nenhum direito do trabalhador pobre”, disse.
O presidente da Câmara atribuiu parte das dificuldades enfrentadas atualmente a erros de comunicação cometidos no lançamento da proposta. “Essa comunicação foi malfeita no início e de alguma forma contaminou a votação neste momento”, enfatizou.
Apesar do cenário desfavorável, Maia acredita que seja possível convencer os deputados a mudar de posição em pouco tempo. “O Brasil é um país em que as coisas mudam muito rápido: em um dia você tem uma visão de um tema, no outro dia muda tudo. Eu tenho uma esperança muito grande que a gente consiga reverter essa impressão das pessoas de que a Previdência vai tirar votos, vai prejudicar as pessoas que ganham menos”.
Em Brasília, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, reiterou a expectativa do governo de que a reforma seja votada com a maior brevidade possível: “Mas eu repito: a pauta do Congresso Nacional é definida pelos presidentes da Câmara e do Senado. Eles saberão o momento certo para que se possa colocar em votação”.
Ao participar de um evento na Imprensa Nacional, Padilha voltou a dizer que não há mais espaço para modificações no texto. “O governo não vai analisar mais nenhuma modificação a partir do que foi o texto produzido pelo relator Arthur Maia. A tentativa dos parlamentares são motivadas por justas reivindicações de seus representados. Agora o governo não tem mais condições de cortar. Já chegamos no osso”.
Agência Brasil