Cuidar do lar e dos filhos continua sendo uma tarefa predominantemente feminina em Minas Gerais. É o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD – IBGE) divulgada nesta quinta-feira (7). Os dados mostram que as mulheres do estado gastam 22,1 horas semanais para realizar afazeres domésticos ou cuidar de pessoas, enquanto os homens dedicam 10,8 horas no mesmo período. A intensidade média para os trabalhos extras foi de 17,1 horas por semana, maior do que a registrada nacionalmente, de 16,7 horas.
Segundo o Pnad, em Minas Gerais, 85,2% das pessoas com mais de 14 anos de idade realizaram afazeres domésticos na própria casa ou na de parentes em 2016. A taxa foi maior que a do país, de 81,3%. A diferença entre homens e mulheres foi de 15%. Enquanto 92,4% das mulheres mineiras cuidaram do lar naquele ano, 77,4% do público masculino fez o mesmo. Elas
Quando o assunto é cozinhar, arrumar mesa ou lavar louça, a discrepância foi grande. Os trabalhos foram realizados por 95,1% das mulheres frente a 59,8% dos homens. Já a limpeza ou manutenção de roupa de sapatos ficou por conta de 91,1% das mulheres contra 54,7% dos homens.
Os dados mostraram que as mulheres tendem a dedicar mais tempo a tarefas fora do emprego do que os homens. Já eles contabilizam mais tempo no serviço. O Pnad calculou que, em 2016, as pessoas ocupadas em Minas Gerais dedicaram em média 52,8 horas por semana ao trabalho, somados os tempos gastos no emprego e nas tarefas em casa. Neste total, elas trabalharam 3,3 horas semanais a mais que os homens.
O estudo mostrou que 4,7 milhões de mineiros cuidaram de moradores do domicílio ou de parentes em 2016, o que corresponde a 26,7% das 17,5 pessoas em idade de trabalhar. Destes cuidadores, 32,1% são mulheres e 20,8% homens. As respostas aos questionários mostraram que a maior parte das pessoas cuidaram de alguém de 0 a 5 anos (52,3%) ou de 6 a 14 anos (47,5%). Um percentual de 9,3% foi de pessoas que cuidavam de idosos em casa.
Mesmo com tantas tarefas, as mulheres se destacam no voluntariado no ano analisado. Em 2016, elas foram a maioria entre as 774 mil pessoas que realizaram serviços sem receber remuneração. A proporção foi de 5,4% das mulheres frente a 3,4% dos homens. No entanto, entre eles, o tempo dedicado ao voluntariado foi maior: os homens dedicaram 6,3 horas semanais aos serviços e as mulheres 5,8 horas.