Representantes do Reino Unido e da União Europeia (UE) anunciaram nesta sexta-feira (8) terem chegado a um acordo na primeira fase das negociações da saída dos britânicos do bloco, conhecido como Brexit.
Com isso, tudo indica que as partes partem agora para uma segunda fase, mais delicada, de conversas. Nesta, devem ser discutidos como ficam os acordos comerciais após a separação, programada para acontecer em março de 2019.
A notícia é uma vitória parcial para a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, sob pressão nos últimos meses, tanto por escândalos em seu gabinete quanto pelo avanço lento das negociações com Bruxelas.
“A CE decidiu formalmente recomendar ao Conselho Europeu que foram feitos progressos suficientes nos três termos do divórcio para poder entrar na segunda fase da negociação”, disse Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, braço executivo da UE, em entrevista coletiva ao lado de May.
Uma das principais decisões tomadas em Bruxelas durante a semana foi a garantia de não se estabelecer uma “fronteira dura” (com postos de controle) entre a Irlanda, integrante da UE, e a Irlanda do Norte, que faz parte do Reino Unido. O temor era que um rompimento pouco amigável prejudicasse a economia da ilha, em ambos os lados.
Direitos sociais de estrangeiros são mantidos
Outra das condições impostas pela UE para avançar nas negociações foi a manutenção das garantias sociais dos cidadãos europeus que moram no Reino Unido. Segundo uma declaração conjunta das partes, estes continuarão a ter acesso a políticas de assistência social e acesso ao sistema de saúde, entre outras garantias.
“O acordo a que chegamos irá garantir os direitos de mais de três milhões de cidadãos da UE que vivem no Reino Unido, e de mais de um milhão de cidadãos britânicos na UE”, declarou May.
Uma “taxa de divórcio” a ser paga por Londres ao bloco também foi acordada. Segundo a Reuters, negociadores estimam que os encargos financeiros do Reino Unido à UE fiquem entre 40 e 45 bilhões de euros.
Juncker disse que decisão irá agora para os 28 líderes da UE, que se reunirão na próxima semana, em Bruxelas (Bélgica). (Da Agência EFE/pelo G1)