Após confirmar presença no evento de abertura de 100% do Hospital do Barreiro, em Belo Horizonte, que será realizado nesta quinta-feira (14), o presidente da República, Michel Temer (PMDB), recuou da decisão e cancelou a vinda a Belo Horizonte. O motivo: medo de ser criticado em público pelo prefeito da capital, Alexandre Kalil (PHS). O governo federal estaria devendo recursos para a prefeitura na área da saúde.
A informação foi confirmada por uma fonte ligada à Presidência. O responsável por convencer Temer a desistir de inaugurar o hospital teria sido o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco. O presidente Temer teria sido alertado do temperamento de Kalil, já conhecido em Minas por não ter “papas na língua” ao fazer cobranças e críticas a políticos publicamente. A equipe precursora de Michel Temer, com cerca de 30 assessores, já estava em Belo Horizonte quando foi avisada da desistência. O prefeito foi procurado, mas disse que não comentaria o caso.
O Hospital do Barreiro, ou Hospital Metropolitano Doutor Célio de Castro, é mantido pela Prefeitura de Belo Horizonte, governo de Minas e União. Por isso, ao lado de Kalil, no evento desta quinta-feira (14), estará também o governador Fernando Pimentel (PT), que também vem atrasando com frequência os repasses estaduais para o funcionamento pleno do hospital. Contudo, Pimentel deve ser poupado de críticas, já que o governador mantém bom relacionamento junto a Kalil.
Às vésperas da abertura plena do hospital, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que vai repassar recursos para a unidade da ordem de R$ 68,46 milhões, pagos em 13 parcelas, a partir deste mês até dezembro do próximo ano. As parcelas de agora e janeiro serão de R$ 4,9 milhões. As demais serão de R$ 5,3 milhões.
O custo mensal do Hospital do Barreiro em sua capacidade máxima será de R$ 21,8 milhões. Os recursos são divididos da seguinte forma: 25% da prefeitura, 25% do Estado e 50% da União. Hoje, a unidade hospitalar funciona com 190 leitos, sendo 80 para clínica médica, 30 para CTI, 40 para procedimentos cirúrgicos, 15 para tratamento de AVC, dez para unidade de decisão clínica e 15 para o chamado “leito do hospital”. A partir desta quinta-feira (14), os números serão outros: 460 leitos em funcionamento, sendo 220 de clínica médica, cem para cirurgias, 80 de CTI, 35 para tratamento de AVC, dez de decisão clínica e 15 de hospital-dia, além de 16 salas de cirurgia.
A assessoria de imprensa do presidente foi procurada, mas até o fechamento desta edição não havia dado qualquer esclarecimento sobre o motivo oficial da ausência de Michel Temer no evento. (Do