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Em maio do ano passado, o cunhado de Ana, Gustavo Correa, matou Rodrigo o fã, armado, invadir o quarto da apresentadora no hotel Ceasar Business, no Bairro Belvedere, na Região Centro-Sul de BH. Rodrigo teria tentado matar Ana e morreu após luta corporal com réu.
Na audiência, a juíza responsável pelo caso ouviu o irmão da vítima, Edson Pádua, o réu e uma perita contratada pela defesa.
Edson Pádua afirma que o irmão estava dominado e não precisava ser morto. “Que tipo de ameaça ele poderia causar, sendo que já estava no chão e imobilizado? Por que ele pegou a arma e deu três tiros na nuca do meu irmão?”, questionou.
“O meu irmão disse que não mataria ninguém. Ele estava com a arma na mão, mas disse ‘eu não vou matar ninguém’ três vezes. Isso está no áudio, é a voz do meu irmão, são as vozes deles que estavam lá dentro”, argumenta Pádua.
Gustavo Correa reafirmou estar com a consciência tranquila. “Sempre estive bem aliviado porque eu fiz o que eu tinha que fazer para salvar a minha família e a minha vida, e eu faria exatamente tudo de novo, eu não tive opção.”
Teses conflitantes
Após investigar o caso, a Polícia Civil concluiu que Gustavo agiu em legítima defesa, mas o Ministério Público, por meio do promotor Francisco Santiago, denunciou o cunhado de Ana por homicídio. Nesta segunda-feira, Santiago justificou sua tese.
“A lei diz que você pode se defender, mesmo que, ao se defender, venha a matar alguém, o que é diferente. Ele [Gustavo] já tinha dominado [Rodrigo] e deu três tiros na nuca de alguém com a arma encostada.”, destaca o promotor, que quer uma pena de 6 a 20 anos para o réu.
Santiago comentou o fato de seu ponto de vista ser criticado nas redes sociais. “Eu já tenho 68 anos [de idade], 28 anos de Ministério Público, uma carreira que é reconhecida. Eu não vou preocupar com o que rede social vai falar de mim. Quem está falando entende alguma coisa? Não.”
A perita contratada pelo réu, Rosângela Monteiro, rebate os argumentos do promotor e diz que a vítima não estava dominada. “Num primeiro momento parecia que ele [Rodrigo] poderia estar imobilizado, em condição de submissão, e que foi uma execução. Não foi. Isso é uma luta de vida ou morte entre ambos”, declarou.
A juíza do caso deverá dar um prazo para as alegações finais da defesa e da acusação. Em março de 2018, deve ocorrer a definição se o réu vai a júri popular ou será absolvido.
Rádio Itatiaia