Transformar o Mineirão em dois estádios é um dos desafios da nova diretoria do Cruzeiro para a temporada de 2018. E a ideia é usar a arena de acordo com a previsão de público já no Campeonato Mineiro, competição em que o clube tem a menor média de pagantes numa comparação dos números das últimas cinco temporadas em que o Gigante da Pampulha voltou a ser a casa da Raposa.
A reforma para as Copas das Confederações (2013) e do Mundo (2014) fizeram com que o Mineirão passasse a ter dois estádios dentro de um, pois o anel inferior e o superior podem ser usados de forma independente, o que diminui e muito o custo de operação do estádio. E a ideia que surge com a nova diretoria é exatamente explorar isso.
A conversa entre o vice-presidente de futebol Itair Machado, e o vice-presidente executivo, Marco Antônio Lage, já aconteceu. E janeiro começará com o Cruzeiro buscando alternativas para usar apenas o anel inferior do Mineirão, que é um estádio para cerca de 20 mil pessoas, nas partidas com menor previsão de público, principalmente no Campeonato Mineiro.
“Itair e eu já conversamos sobre isso é usar o Mineirão com mais racionalidade é um objetivo nosso sim. E isso implica na abertura apenas do anel inferior em alguns jogos. Precisamos estudar como pontuar nossos sócios fixos nessa situação e precisamos também sentar e debater a situação com o Mineirão, pois o estádio não é nosso. Mas, sem dúvida, buscaremos sim essa alternativa em 2018”, afirma Marco Antônio Lage, que já mostrou a cara do novo marketing cruzeirense na posse da nova diretoria, quando evidenciou o desafio de uma nova realidade no mundo do futebol.
A conversa com o Mineirão é necessária porque os dois setores centrais do anel inferior do estádio têm cadeiras que são exploradas pela administradora. Mas no vermelho inferior, por exemplo, já existe um acordo entre as partes que vem desde o ano passado.
Números
Nas últimas cinco temporadas, tirando os clássicos contra o Atlético, a maior média de público que o Cruzeiro teve, considerando-se apenas os jogos contra o América e equipes do interior foi de 15.398 pagantes, em 2016.
Neste ano, em média, a Raposa teve 8.816 pagantes nos jogos que disputou no Gigante da Pampulha pelo Estadual, não entrando nessa conta os dois clássicos contra o Atlético.
Médias de público do Cruzeiro no Estadual (2013 a 2017 sem clássicos contra o Atlético)
MÉDIA |
15.091 |
10.349 |
9.836 |
15.398 |
8.816 |
ANO |
2013 |
2014 |
2015 |
2016 |
2017 |
Por causa do sucesso da equipe de Mano Menezes na Copa do Brasil, até mesmo no Brasileirão o Cruzeiro teve públicos muito ruins no Mineirão. Das 19 partidas como mandante, em apenas cinco o estádio recebeu mais de 15 mil pagantes. Além disso, foram sete com menos de dez mil cruzeirenses pagando ingresso para ver seu time em ação.
Os números comprovam que abrir quase todo o Mineirão para receber públicos abaixo de 20 mil pessoas não compensa. Mas a proposta cruzeirense para 2018 vai ainda mais longe. Ela é guardada em segredo, mas Marco Antônio Lage garante: “o futebol precisa ser muito mais que os 90 minutos de bola rolando. Estamos formatando projetos que vão mudar isso”.
O torcedor aguarda. E o cofre do clube, em tempos de baixa, agradece.
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