Minas Gerais terá em breve uma delegacia especializada na investigação e repressão a um dos crimes que mais têm aterrorizado o estado nos últimos anos: o chamado cangaço mineiro, cujas ações se caracterizam por ataques a caixas eletrônicos, especialmente em pequenos municípios. Embora a Polícia Civil aponte redução da quantidade de ações dessa natureza, o novo departamento está sendo criado, segundo a corporação, por causa da gravidade delas. Somente ontem, pelo menos duas cidades foram alvos dos bandidos em Minas Gerais.
A Delegacia Especializada em Investigação e Repressão ao Roubo a Banco deve ser oficializada nesta semana. Depende apenas de o chefe da Polícia Civil, o delegado João Otacílio Silva Neto, assinar a resolução que cria esta e outras três especializadas (investigação e repressão ao furto e roubo; ao furto, roubo e desvio de carga; e a crimes rurais). Vai funcionar no prédio do Departamento de Operações Especiais (Deoesp) e contará com uma readequação de logística e pessoal.
“Ela vai identificar e neutralizar células criminosas. Agir preventivamente com o trabalho de inteligência, que vai do acompanhamento à interceptação”, explicou o chefe adjunto da Polícia Civil, delegado Rogério de Melo Franco Assis Araújo. Ele acrescentou que estão sendo formados policiais atiradores de elite para atuar nas ações de combate aos arrombamentos de bancos e caixas eletrônicos. A nova delegacia terá ainda viaturas caracterizadas e descaracterizadas e armamento mais pesado, compatível ao enfrentamento dos criminosos, que normalmente chegam a cidades pequenas do interior do estado durante a madrugada, fortemente armados, aterrorizando os moradores.
Dados da corporação sustentam ter havido redução de 31% no número de casos entre 2016 e 2017. No ano passado, foram registrados 149 ocorrências e, no anterior, 216 roubos a banco e explosões de caixas. “Embora a quantidade tenha sido reduzida, vamos criar a delegacia por causa da gravidade desses crimes, que atentam contra uma premissa que é a sensação de segurança”, disse Rogério de Melo Franco.