A febre amarela avança sobre Minas, mas o Estado ainda tem pelo menos 3,5 milhões de pessoas não imunizadas contra a doença. O grupo corresponde principalmente à faixa etária de 15 a 59 anos, a mais acometida pela epidemia ocorrida em 2017, segundo informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
Com a chegada do Carnaval e o aumento da circulação de foliões entre as cidades, o risco de transmissão pode aumentar, afirmam especialistas. No ambiente urbano, o mosquito Aedes
Apesar de não haver casos registrados de transmissão em áreas urbanas até o momento, a recomendação para quem vai se juntar à folia é a mesma dada para o resto da população: tomar a vacina o quanto antes.
Após receber a proteção, são necessários pelo menos dez dias para que o organismo crie anticorpos contra o vírus. Levando em conta que faltam 23 dias para o Carnaval, quem ainda não se vacinou tem menos de duas semanas para procurar um centro de saúde.
O alerta serve tanto para quem vai viajar no feriado prolongado quanto para os que vão permanecer na capital durante o Carnaval. “Há pessoas totalmente saudáveis morrendo por causa de uma doença que é prevenível. Isso em um contexto que crescem as correntes que afirmam que vacinas são nocivas para a saúde. Uma loucura”, alerta a infectologista Sílvia Hees.
Crescimento
No período de monitoramento, que vai de julho de 2017 a junho de 2018, 22 casos da febre amarela já foram confirmados em Minas e 46 estão sendo investigados. Pelo menos 16 pessoas morreram.
Segundo a SES, a intensificação vacinal acontece em 248 cidades, sendo que o Estado ainda tem 25 regionais de saúde com cobertura menor que 95%, percentual recomendado pelo Ministério da Saúde. “A proporção de municípios com baixas coberturas diminuiu. Porém, ainda há necessidade de continuidade das ações de vacinação para garantir a homogeneidade da cobertura em todos os municípios, conforme a meta preconizada pelo Programa Nacional de Imunizações”, informa o último boletim da febre amarela publicado pela pasta.
Particulares
As clínicas particulares de BH só receberão vacinas contra febre amarela no fim de fevereiro. O produto está em falta desde o início da semana.
Segundo a Associação Brasileira das Clínicas de Vacina, o laboratório responsável pelo abastecimento pediu a aprovação em caráter excepcional da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importar um novo lote das doses com embalagem internacional, sem tradução para o português. A autorização foi concedida.
Idosos
Pessoas com mais de 60 anos que querem se vacinar contra a febre amarela em Belo Horizonte podem ser avaliadas no próprio posto de saúde por um técnico de enfermagem. A informação foi confirmada, ontem, pela Secretaria de Saúde da capital. Antes, a população idosa era orientada a buscar avaliação médica e, em seguida, apresentar documento atestando a necessidade da aplicação da dose.
O município informou ainda que segue orientação do Ministério da Saúde e da SES-MG. A pasta federal informou que as cidades têm autonomia para escolher qual procedimento seguir.
Inhotim
A partir da próxima terça-feira, quem for visitar o Inhotim, em Brumadinho, na Grande BH, deverá apresentar cartão de vacina com a dose de febre amarela aplicada há pelo menos dez dias, tempo necessário para o medicamento fazer efeito.
Segundo a assessoria de comunicação do Instituto, a medida é mais uma ação preventiva, em parceria com a SES, para conscientizar os visitantes sobre a importância de se proteger contra a doença.