O goleiro Bruno Fernandes vai ter que cumprir mais 40 dias de pena, conforme decisão do Tribunal de Justiça de Minas, nesta quarta-feira (24).
Os desembargadores analisaram um recurso apresentado pela promotoria, contestando o tempo de trabalho apresentado pelos atestados da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de Santa Luzia, na Região Metropolitana da capital. Dos 162 dias de remição de pena, eles consideraram 122.
Atualmente a pena de Bruno é de 20 anos e nove meses de prisão. Quando condenado em 2013, era de 22 anos e nove meses. Mas em setembro do ano passado, a Justiça reconheceu que houve prescrição da pena de ocultação de cadáver por causa da demora em julgar o recurso em relação a esse crime e a pena foi reduzida.
Dessa forma, para conseguir a progressão para o regime semiaberto, Bruno tem que ter cumprido 2/5 da pena por homicídio triplamente qualificado e 1/6 da pena por sequestro e cárcere privado, que daria quase 8 anos e ele já cumpriu quase 7.
O advogado do atleta, Fábio Gama, afirmou que a decisão desta quarta não altera muito o processo. A procupação maior, segundo ele, é com o outro julgamento, previsto ainda para janeiro. Nele, vai ser analisada a falta grave cometida pelo goleiro, quando ainda estava preso na Nelson Hungria, em 2013, e teria se envolvido em uma briga dentro da cela. Com o episódio, Bruno perderia 2 anos e 9 meses do tempo total para o cálculo da progressão de pena, uma vez que o tempo cumprido antes não contaria mais para o pedido de semiaberto. “Se ganharmos, já poderemos pensar no semiaberto”, afirmou o advogado.
Relembre
Bruno foi condenado em primeira instância, em 2013, pelo homicídio triplamente qualificado da ex-namorada, ocultação do cadáver e sequestro e cárcere privado do filho. Ele chegou a ficar dois meses em liberdade, por causa de uma liminar, entre fevereiro e abril deste ano. Durante o período de liberdade, atuou pelo Boa Esporte, de Varginha, que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro de futebol.
Eliza Samudio desapareceu em 2010 e o corpo dela nunca foi achado. Ela tinha 25 anos na época e era mãe do filho recém-nascido do goleiro. Na ocasião, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.