Trump chegou a ordenar a demissão de Mueller em junho, mas voltou atrás após o advogado da Casa Branca ameaçar renunciar caso o presidente resolvesse levar a ideia adiante, de acordo com o jornal.
O conselheiro da Casa Branca Donald F. McGahn II teria se recusado a pedir ao Departamento de Justiça que demitisse o procurador especial, após o presidente americano argumentar que Mueller tinha ao menos três conflitos de interesse que o desqualificariam a supervisionar a investigação.
McGahn II acreditava que demiti-lo teria um impacto catastrófico e levantaria perguntas se a Casa Branca tentava obstruir a investigação sobre a Rússia, segundo o jornal americano. Na manhã desta sexta, Trump disse que a informação não procede e classificou a reportagem como notícia falsa (“Fake News”), de acordo com a Associated Press.
Jeff Sessions
A notícia vem a público três dias após o mesmo “New York Times” publicar que o secretário de Justiça dos EUA, Jeff Sessions, foi interrogado pelo gabinete do procurador especial na semana passada.
Foi a primeira vez que se tornou público que o gabinete de Mueller questionou um membro do gabinete de Trump. O Departamento de Justiça americano (equivalente ao Ministério da Justiça no Brasil) confirmou a informação.
Sessions trabalhou como assessor da campanha de Trump antes de o presidente americano nomeá-lo como secretário de Justiça. Ele se recusou a supervisionar a investigação sobre a Rússia em março, após a imprensa divulgar que ele teve diversos encontros com o embaixador da Rússia em 2016.
Sua recusa abriu espaço para o vice-secretário de Justiça, Rod Rosenstein, número 2 da parta, nomear Mueller como procurador especial para o caso. Mueller investiga uma possível obstrução de Justiça por Trump devido à demissão do ex-diretor do FBI James Comey.