O Ministério das Relações Exteriores de Cuba informou ter enviado à embaixada dos Estados Unidos, em Havana, uma nota diplomática em repúdio à “força-tarefa” do governo norte-americano em prol de melhorias na internet da ilha.
A nota foi entregue na quarta-feira (31) ao encarregado de negócios dos Estados Unidos na ilha, o diplomata, Lawrence Gumbiner. Segundo informações publicadas pelo site da chancelaria cubana, a nota considera o plano dos Estados Unidos como uma violação da soberania nacional do país.
Na semana passada, Washington decidiu criar uma força tarefa com o objetivo anunciado de “promover em Cuba, o fluxo livre e não regulado de informações”. O plano anunciado no dia 23 de janeiro pelo departamento de Estado informou que funcionários do governo do Estados Unidos e entidades não-governamentais estavam engajados para a primeira reunião sobre o tema no próximo dia 7 de fevereiro.
A ideia da força-tarefa, segundo o governo americano é expandir o acesso à internet e fortalecer a mídia independente em Cuba. Para Havana, o ato foi considerada “ofensa que desrespeita a competência nacional para regular os fluxos de informação e o uso dos meios de comunicação massivos”.
A nota do Ministério de Relações Exteriores pediu que o governo norte-americano interrompa o que chamou de “ações subversivas, intervencionistas e ilegais contra Cuba”.
Os dois países retomaram relações diplomáticas em 2015, após diálogo liderado pelos presidentes Barack Obama e Raúl Castro. Obama chegou a visitar a ilha em 2016, mas depois que Donald Trump assumiu o governo norte-americano, a nova gestão fez críticas à decisão de Obama e também ao controle de informação e liberdades políticas na ilha.
De acordo com o governo cubano, o acesso à internet em Cuba tem aumentado. O jornal oficial Gramna informou que 40% da população tinha acesso garantido a internet na ilha em 2017, segundo a publicação, isso representa um crescimento de 37% com relação à 2010.