OTEMPO
Washington, EUA. O presidente americano, Donald Trump, anunciou a sanção do acordo sobre o orçamento federal, votado nesta sexta-feira (9) no Congresso, em meio a uma intensa disputa política.
A medida põe fim a um sério e constrangedor drama no Congresso sobre gastos federais e permite a reabertura das operações formais do governo, após o fechamento por cerca de oito horas de áreas da administração.
Por 240 votos contra 186, a Câmara apoiou na sexta-feira o pacote bipartidário que estende os recursos do governo até 23 de março e eleva o limite dos gastos federais em quase US$ 300 bilhões para os próximos dois anos. Pouco depois da meia-noite, o projeto havia recebido sinal verde no Senado.
A aprovação reabre o governo horas depois do procedimento de impedimento adotado por um senador conservador para forçar o Congresso a perder o prazo, detonando um rápido “shutdown”.
O presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, reconheceu a perversidade de um “shutdown totalmente desnecessário”, o qual pode entrar para os livros de história como mais um episódio da paralisia política que define Washington hoje.
“Uma quinta ‘RC’, no momento em que um partido controla todos os níveis do governo, mostra a inabilidade dos republicanos de governar”, apontou a representante democrata Nita Lowey, referindo-se às resoluções continuadas que mantêm o governo com recursos no mesmo nível que o ano anterior.
O projeto, que inclui um amplo acordo aumentando os limites dos gastos públicos para os próximos dois anos e elevando o teto da dívida pública até março de 2019, quebraria o ciclo de crises de financiamento do governo neste ano de eleições de meio de mandato (as chamadas “midterms”).
O senador republicano pelo Estado do Kentucky subiu na tribuna para criticar o aumento nos gastos do governo federal e, em particular, a irresponsabilidade fiscal de seu próprio partido.
O pelotão democrata, incluindo a líder do partido na Câmara, a veterana Nancy Pelosi, também manifestou sua insatisfação, já que o acordo não faz nada para proteger os chamados “Dreamers” –- como são conhecidos os imigrantes em situação ilegal que chegaram ainda crianças ao país.
Os democratas tentaram vincular o debate sobre o orçamento a uma solução permanente para os milhares de dreamers, protegidos da deportação imediata no governo Obama. Trump estabeleceu a data de 5 de março como prazo para resolver o tema, ou o programa será encerrado de forma definitiva.
US$ 90 bilhões
Mais dinheiro. O acordo do orçamento também fornece um pacote de alívio para situações de desastre de US$ 90 bilhões, além de recursos para lidar com a crise nacional do abuso de drogas.