Passado o Carnaval, o ano de fato começa no país, e a expectativa dos empresários de várias áreas de atuação é que os resultados dos negócios em 2018 sejam melhores que os verificados no ano passado. O motivo, segundo eles, é que as variáveis macroeconômicas neste ano estão melhores, com destaque para os juros mais baixos e a redução paulatina do desemprego.
O diretor da indústria Faleiro, Antônio Faleiro Neto, diz que o pior momento da economia nacional ficou para trás. Um dado que reforça o ânimo do empresário do ramo de produtos prontos congelados foi o desempenho de janeiro, que foi superior ao verificado em dezembro do ano passado. “Foi atípico. No geral, o primeiro mês do ano é morto. Nunca vi isso acontecer antes”, conta.
Ele conta que, em 2017, investiu numa fábrica de pão de queijo e, neste ano, um dos objetivos é comercializar o produto em 30% dos clientes ativos, que chegam a cerca de 6.000.
E o empresário não tem do que reclamar, já que a média de crescimento da indústria localizada na capital é de 40% nos últimos cinco anos. Em 2017, a alta no faturamento foi de 36% frente o ano anterior. E, para 2018, a perspectiva é de obter um crescimento da ordem de 44%.
Também no segmento de alimentação, a Forno de Minas, que tem fábrica em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, estima alta de 28% no faturamento neste ano, conforme o presidente da empresa, Hélder Mendonça. “Acreditamos em ligeiras melhoras como inflação baixa, juros mais baixos, melhoria, ainda que pequena, no nível de emprego e, então, a confiança do consumidor”, afirma.
Ele conta que 2017 foi um ano desafiador não só para a Forno de Minas, mas para todas as empresas do setor alimentício em razão da deflação dos alimentos concomitante com os altos custos. No ano passado, segundo Mendonça, a indústria registrou incremento de 11,5% em volume e 19,2% de receita em relação a 2016.
O fundador do grupo mineiro Suggar – que abrange Suggar Minas e Suggar Paraíba, além de Cook Cozinhas & Ambiente e Linha Branca Expresso (de transporte) –, Lúcio Costa, aposta num crescimento dos negócios de 28% a 30% este ano, superando a alta na casa dos 24% de 2017.
Costa demonstra não temer as dificuldades impostas pelas crises. “Em anos de atuação de mercado, passamos por diversas crises, vários planos econômicos. Superamos anos de hiperinflação, o confisco da poupança durante o governo de Fernando Collor de Mello, entre outros empecilhos”, diz.
Previsões
As expectativas para 2018 são boas para o presidente da Usiminas, Sergio Leite. Depois que os acionistas deram uma trégua em quatro anos de desavenças e firmaram um acordo de paz, o CEO vê um futuro de tranquilidade para investimentos. A expectativa é aplicar R$ 500 milhões em 2018, mais do que o dobro dos R$ 216 milhões investidos em 2017. “Ainda não serão grandes projetos, serão mais voltados para modernização e manutenção da capacidade produtiva”, afirma.
Dentre os investimentos, o maior é a reativação do alto-forno de Ipatinga, marcada para abril. “Foram R$ 80 milhões, com a geração de 500 empregos no pico das obras de reforma, além de 120 postos de trabalho que serão gerados quando o equipamento voltar a funcionar”, ressalta.
E a confiança na retomada da economia fez a ArcelorMittal divulgar na última semana um acordo para comprar a parte de siderurgia da brasileira Votorantim. A aquisição foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), no último dia 7. O CEO da ArcelorMittal Aços Longos Américas do Sul, Central e Caribe, Jefferson De Paula, diz acreditar na recuperação do mercado de aços longos, depois do recuo verificado de 2013 a 2016. “Segundo dados do Instituto Aço Brasil, deve subir de 7% a 9% em 2018”, diz.
Yuri Chain, diretor comercial da MRV Engenharia para Minas, disse que a empresa tem um projeto de R$ 900 milhões para o Estado.