O comandante-geral da Polícia Militar (PM) de Minas Gerais, coronel Helbert Figueiró de Lourdes, disse nesta segunda-feira (19) que a corporação já está adotando medidas preventivas na divisa com o Rio de Janeiro para impedir a entrada de criminosos no estado, por causa da intervenção federal naquele estado. Ele e os outros comandantes da PM se reuniram em Belo Horizonte com o governador do estado, Fernando Pimentel (PT).
A Câmara dos Deputados deve votar nesta segunda-feira (19) o decreto de intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro. A sessão no plenário está convocada para 19h.
O coronel destacou que a PM está atenta, sobretudo na divisa dos estados. “É importante frisar que já tivemos outras ocasiões de presença de tropas federais no Rio de Janeiro e que não surtiram nenhum reflexo em Minas Gerais (…). Já desenvolvemos estratégia de reforço e de monitoramento das divisas”.
Figueiró de Lourdes disse que a corporação vai analisar eventuais reflexos que ainda não foram percebidos, mas que ele acredita que não acontecerão. “Mas se ocorrerem as estratégias de respostas serão efetivamente e imediatamente colocadas na divisa do estado”.
O comandante-geral afirmou que todo o plano está formatado e, por questões operacionais e estratégicas, não pode dar detalhes. “O cidadão mineiro, sobretudo na região da divisa com o estado do Rio de Janeiro, pode ficar tranquilo (…). Mas se a nossa expectativa se frustrar podem estar tranquilos que teremos condições de responder a altura da forma que a Polícia Militar de Minas Gerais sempre respondeu”, reforçou.
Figueiró de Lourdes falou que não vai ser deslocado um efetivo de Belo Horizonte sem a detecção de alteração do contexto criminal na região. “O que eu posso dizer para a população mineira, reafirmo isso, é que fique tranquila porque nós não permitiremos a migração de delito para o nosso estado”.
Intervenção
Com a intervenção federal na segurança, as Forças Armadas assumem o comando das polícias Civil e Militar no estado do Rio. Também serão comandados o Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
A decisão ainda terá que passar pelo Congresso Nacional. A intervenção deve durar até 31 de dezembro de 2018, último dia do governo Pezão.
Durante a intervenção, a Constituição Federal não pode ser alterada, o que pode afetar o andamento a reforma da Previdência, que é uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).