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“Nos próximos dias e de forma muito mais rápida começará o cerco ao centro da cidade de Afrin”, declarou Erdogan em um discurso para os deputados de seu partido no Parlamento.
Batizada de “Ramo de oliveira” e lançada pelo Exército turco e por seus aliados rebeldes sírios, a operação tem como alvo as Unidades de Proteção Popular (YPG) curdas, apoiadas por Washington na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, mas consideradas “terroristas” pela Turquia.
Embora tenha admitido a morte de 32 soldados, o governo turco insiste que ofensiva avança “de acordo com o previsto”.
De acordo com a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), as forças turcas controlam 35 vilarejos de Afrin, situados em sua maioria ao norte da região.
“Como agimos para evitar pôr nossas forças de segurança em perigo e levando-se em conta os civis, parece que avançamos lentamente”, afirmou Erdogan.
“Mas ninguém deve se esquecer desse fato: não fomos para destruir e queimar o que encontrarmos pela frente. Fomos para criar um entorno de segurança e habitável” para os milhares de sírios que vivem em nosso território, acrescentou, referindo-se aos mais de três milhões de refugiados sírios que fugiram para a Turquia em função da guerra civil em seu país.
As autoridades turcas afirmam que a ofensiva de Afrin e outra realizada em 2016 mais ao leste têm como objetivo estabelecer a segurança em zonas do norte da Síria para permitir o retorno desses refugiados.
Quase 240 combatentes pró-Turquia e 200 membros das YPG morreram desde o início da operação, segundo o OSDH. A ONG afirma ainda que os combates mataram 94 civis, informação negada por Ancara.
No campo diplomático, a intervenção prejudicou as relações entre Ancara e Washington. A Turquia chegou a ameaçar um avanço até Manbij, 100 km ao leste de Afrin, onde militares americanos estão posicionados aos lado das YPG.
Após uma visita do secretário de Estado americano, Rex Tillerson, na semana passada os dois países concordaram em trabalhar juntos na Síria para superar a crise e encontrar uma solução para a cidade estratégica de Manbij.
Além das divergências com Washington, a Turquia precisa levar em consideração os interesses da Rússia, aliada chave do regime de Damasco, que controla o espaço aéreo do norte da Síria.