O filme “Touch me not”, uma investigação sobre o sexo e a intimidade dirigida pela romena Adina Pintilie, ganhou o Urso de Ouro neste sábado (24) no Festival de Berlim. “Touch me not” é um longa a meio do caminho entre a ficção e o documentário, baseado em personagens que tentam estabelecer intimidade de formas inesperadas.
A 68ª edição do Festival de Cinema de Berlim também premiou “Las herederas”, do paraguaio Marcelo Martinessi, que tem coprodução com o Brasil, com o Urso de Prata de melhor atriz para Ana Brun e com o Urso de Prata Alfred Bauer, como filme que abre novas perspectivas.
A produção de Martinessi, que retrata uma mulher homossexual burguesa já na idade madura em busca de um novo começo, fez história, já que é o primeiro filme do Paraguai em competição no festival alemão.
Wes Anderson ganhou o Urso de Prata de melhor diretor por “Ilha de cachorros”, um dos favoritos da crítica, e o jovem francês Anthony Bajon foi recompensando com a estátua de melhor ator por seu trabalho em “La Prière”.
“Museo”, do mexicano Alonso Ruizpalacios, com Gael García Bernal, levou o prêmio de melhor roteiro. Já a polonesa Malgorzata Szumowska conquistou o Grande Prêmio do Júri por “Twarz”.
O Brasil não teve filmes em competição pelo Urso de Ouro, mas não deixou o Festival de Berlim sem prêmios. “Bixa Travesty”, documentário de Kiko Goifman e Cláudia Priscila sobre Linn da Quebrada, recebeu o Teddy Award de melhor documentário. A premiação é dirigida a títulos de temática LGBT. E o documentário “Ex-pajé”, de Luiz Bolognesi, recebeu menção honrosa.
Confira a lista dos premiados no 68º Festival de Berlim:
– Urso de Ouro de melhor filme: “Touch me not”, de Adina Pintilie (Romênia/Alemanha/República Tcheca/Bulgária/França)
– Grande Prêmio do Júri, Urso de Prata: “Twarz” (“Mug”), de Malgorzata Szumowska (Polônia)
– Urso de Prata de melhor diretor: Wes Anderson, com “Ilha de cachorros” (EUA)
– Urso de Prata de melhor atriz: Ana Brun, em “Las Herederas”, de Marcelo Martinessi (Paraguai)
– Urso de Prata de melhor ator: Anthony Bajon, em “La prière”, de Cédric Kahn (França)
– Urso de Prata de melhor contribuição artística: “Dovlatov”, de Alexei German Jr. (Rússia/Polônia/Sérvia)
– Urso de Prata de melhor roteiro: “Museo”, de Alonso Ruizpalacios (México)
– Prêmio Alfred Bauer, em memória do fundador do festival para um filme que abre novas perspectivas: “Las Herederas”, de Marcelo Martinessi (Paraguai)
– Prêmio de melhor documentário: “The Waldheim Waltz”, de Ruth Beckermann (Áustria)
– Prêmio do melhor primeiro filme: “Touch me not”, de Adina Pintilie (Romênia/Alemanha/República Tcheca/Bulgária/França)
– Urso de Ouro de melhor curta: “The Men Behind the Wall”, de Ines Moldavsky (Israel)
– Teddy Bear (Prêmio para o melhor filme sobre a temática LGBT): “Hard Paint”, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher
– Teddy Bear (Melhor documentário/ensaio): “Bixa Travesty”, de Kiko Goifman e Cláudia Priscila (Brasil)
*AFP