O horário de 11h foi de castigar. Mas o clássico suportou a alta temperatura para promover um jogo quente. O Cruzeiro rebate a derrota para o Racing na estreia da Libertadores com uma vitória no Independência. 1 a 0 com gol de Raniel, justamente o substituto do lesionado Fred.
O Atlético, mesmo com um homem a mais durante o segundo tempo (Edilson expulso), acertou o travessão de Fábio, errou gol na cara com Erik, e foi ineficiente diante de um adversário superior em todos os aspectos.
FALTAS PERIGOSAS
Num clássico de choques, muitas faltas marcadas e calor, os times alvinegro e celestes tiveram dificuldades de criar chances trabalhadas. O Atlético, com maior obstáculo neste aspecto, jogava no contra-ataque.
E as duas jogadas mais perigosas do primeiro tempo tiveram a mesma natureza. O juiz Cleisson Veloso Pereira, marcando muitas faltas no embate, assinalo duas que quase entraram.
Primeiro, Otero arriscou de longe, em altura baixa, com curva. Fábio teve velocidade de reação suficiente para defender com os pés. Minutos depois, Robinho provou que está mesmo iluminado para faltas. Acertou a trave de Victor, a bola pingou exatamente em cima da linha. Ele já havia marcado contra o Racing em bola parada.
Em resumo, o Cruzeiro tinha mais facilidade de tabelar, construir jogadas. Tanto que Rafinha saiu na cara de Victor em jogada de pivô de Raniel, mas o camisa 1 abafando a jogada. O Galo abusava dos lançamentos longos e Ricardo Oliveira quase não encostou na bola.
Em termos de atritos, Erik foi amarelado por chutar Raniel, já caído. Otero e Edilson também receberam o cartão. Ambos estavam se estranhando desde o começo da partida e se embolaram na tentativa do venezuelano em tomar a bola do rival. Essa luta teria efeitos importantes no jogo.
GOL E VERMELHO
O início do segundo tempo foi de fortes emoções. Logo no começo da etapa complementar, Ricardo Oliveira recebeu bola na ponta esquerda, quase na pequena área. Fábio fechou o ângulo e o chute foi no lado externo da rede.
Logo depois, a zaga do Atlético daria seu primeiro grande vacilo no jogo. Depois de ter os laterais fazendo boas coberturas no primeiro tempo, a retaguarda alvinegra parou para Rafinha infiltrar a bola para Raniel. Com categoria, o substituto de Fred no jogo chutou rasteiro na saída de Victor, e correu para dançar. Na comemoração, um objeto foi arremessado em sua direção.
O Atlético teria uma grande oportunidade para empatar. Bola lançada da defesa para o ataque, os cruzeirenses não acompanharam e Erik saiu na cara do gol. A bola quicava e o alvinegro tentou tocar por cima de Fábio, que fez ótima intervenção ao espalmá-la.
Eis que a temperatura subiu com Otero e Edilson. O venezuelano botou pra correr, Edilson não alcançou e fez a falta. Amarelado, saiu de campo expulso e sentindo o tornozelo. Deixou o jogo de maca.
Otero, inclusive, era a peça perigosa do Galo nas bolas paradas. Bateu outra falta perigosa, que passou centímetros do ângulo.
Com 10 homens na linha, Mano Menezes sacou Raniel para colocar Romero. Deslocou Thiago Neves para a referência no ataque. Nisso, Larghi tirou Róger Guedes para promover a entrada de Cazares, na armação central.
Com a vantagem númerica, exceto no placar, o Atlético passou a dominar as ações ofensivas do jogo. O Cruzeiro tinha um meia-atacante visivelmente sem fôlego como centroavante. Mas o Galo era pura falta de criatividade, tentando jogadas sem iluminação. Numa dessas, sem bola, Léo agrediu o atacante Ricardo Oliveira com cotovelada, mas Cleisson nada viu.
Se o Cruzero abdicou de atacar, viu o time melhorar na posse de bola com Arrascaeta. O Galo continuava insistindo em cruzamentos, ou com Otero, prendendo a bola mais do que deveria. Num escanteio por ele cobrado, Leo Silva acertou o travessão. O último suspiro de um time mais passivo que as características dos jogadores pré-determinam.
Cruzeiro garante a liderança geral da primeira fase do Campeonato Mineiro, tendo sido mais eficiente que o rival, e do jeito que Mano Menezes gosta, sem ser vazado.