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Estas vacinações acontecem somente às sextas-feiras e são agendadas previamente. Não é exigido um encaminhamento para a unidade para este fim, apenas um relatório do médico da criança que indique a necessidade do atendimento.
O serviço não tem uma data ou prazo para terminar. O agendamento é feito por meio do telefone (31) 3239-9035.
Atendimento às vacinações
Ao chegar ao hospital, a criança passa por uma triagem médica para averiguar seu quadro clínico. Se o paciente já tiver um histórico de anafilaxia (ou choque anafilático), é feito um teste alérgico com a própria vacina. Se o resultado for positivo, a vacina é fracionada e aplicada em duas doses. Logo em seguida, aguarda uma hora em observação. O cuidado da observação é mantido mesmo pra aqueles que não apresentem um grau elevado da alergia.
Segundo o coordenador do Serviço de Pneumologia e Alergia Alimentar do HIJPII, Wilson Rocha Filho, são raras as reações à vacina, mas são possíveis. Por isso, a equipe mantém próximos à criança medicamentos que podem cortar imediatamente qualquer reação.
O Hospital Infantil João Paulo II, da Rede Fhemig, possui o Núcleo Allos, Centro de Referência Especializada na Prevenção e Tratamento de Alergia Alimentar e Anafilaxia, que conta com uma equipe multidisciplinar – alergista, gastroenterologista, dermatologista, nutricionista e psicólogo.
No caso das vacinações assistidas, a unidade segue o protocolo da Prefeitura de Belo Horizonte. Técnicos da Coordenadoria de Imunização da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) aproximaram o município e o HIJPII e deram apoio técnico para a utilização desse protocolo de vacinação.
Este é o primeiro ano que o Infantil recebe, de todo o estado, as crianças alérgicas para serem vacinadas e a procura tem sido grande. Atualmente, os agendamentos estão completos até abril. Por isso, a unidade dobrou o número de agendamentos, passando de 10 para 20 crianças a cada sexta-feira.
“Muitas vezes, há a necessidade da avaliação de um especialista em alergia para esclarecer melhor o caso. Também não é simples a logística de aplicação de vacina em hospital. Assim, o fluxo organizado entre a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte e o Hospital Infantil João Paulo II possibilita o acesso da população ao especialista e à vacina, permitindo sua vacinação em segurança”, explica o médico da Coordenadoria de Imunização da SES-MG, José Geraldo Leite Ribeiro.
Sobre os possíveis efeitos da vacina contra febre amarela em pacientes alérgicos, José Geraldo também esclarece que “nenhum procedimento é isento de riscos; em razão disso, a vacinação, nesse caso em que o risco é maior, deve ser feita em local capacitado a atender complicações de imediato. Até o momento, nenhuma criança submetida ao protocolo em Belo Horizonte necessitou ser submetida a procedimentos de emergência”, informa.
Alergia a ovo
A alergia a ovo é a segunda mais comum existente, perdendo apenas para a alergia a leite. Segundo dados internacionais, cerca de 1% das crianças pode apresentar esse tipo de alergia, com as mais variadas reações – desde dermatites, náuseas até o choque anafilático.
Uma das contraindicações da vacina contra a febre amarela é a alergia a ovo. Isto porque, como explica o coordenador Wilson Rocha, a vacina é cultivada em ovos embrionados de galinha e é contaminada com microgramas de ovoalbumina (proteína do ovo), o que pode induzir a uma reação alérgica. O médico ainda explica que raramente o paciente chega à vida adulta com essa alergia, que costuma desaparecer com os anos.