O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, acredita que um encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, pode levar Pyongyang a abandonar seu programa de armas nucleares, disse o porta-voz de Moon nesta sexta-feira (9).
Kim Jong-un disse ao chefe da Agência de Segurança Nacional sul-coreana, Chung Eui-yong, que haveria grandes resultados de um encontro dele com Trump, afirmou o porta-voz de Moon, Kim Eui-kyeom, a repórteres. Chung se reuniu com Kim Jong-un em Pyongyang nesta semana.
Trump prontamente concordou em seu reunir com Kim Jong-undepois que Chung entregou-lhe um convite pessoal em Washington, de acordo com o porta-voz de Seul. A notícia do encontro é surpreendente, dado que até há pouco os dois líderes trocavam ameaças e insultos publicamente.
Trump, que não participou do anúncio, comentou no Twitter. “Kim Jong Un falou sobre a desnuclearização com os representantes sul-coreanos, não apenas um congelamento. Além disso, nenhum teste de mísseis pela Coreia do Norte durante esse período. Grandes progressos estão sendo feitos, mas as sanções permanecerão até que um acordo seja alcançado. Reunião sendo planejada!”, escreveu.
EUA
A Casa Branca disse que o lugar e a data exata ainda serão determinados. O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, afirmou que serão necessárias “algumas semanas” para organizar o encontro. Em entrevista durante visita ao Djibouti, Tillerson disse que Trump garante estar preparado para encontrar com o líder norte-coreano.
“Essa é uma decisão que o próprio presidente tomou. Eu falei com ele bem cedo nesta manhã sobre essa decisão e nós tivemos uma conversa muito boa”, disse Tillerson.
“O presidente Trump tem dito por algum tempo que ele estava aberto ao diálogo e que estaria disposto a encontrar com Kim quando as condições fossem certas”, acrescentou.
Aproximação
Na terça-feira (6), durante encontro com uma delegação sul-coreana, Kim afirmou estar disposto a estabelecer um diálogo direto com os EUA, e prometeu suspender os testes nucleares e de mísseis enquanto essas conversas estiverem em andamento.
A viagem foi parte da tentativa do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, de negociar uma solução diplomática para o programa nuclear da Coreia do Norte após uma reaproximação ocorrida com a participação da vizinha nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang.
Enviados aos EUA
Chung Eui-yong e o chefe do Serviço de Inteligência Nacional, Suh Hoon, viajaram à capital americana para explicar a posição da Coreia do Norte sobre possíveis conversas futuras com Washington e a possibilidade de Pyongyang suspender testes nucleares caso a segurança do governo da Coreia do Norte seja assegurada.
Chung, que liderou na segunda-feira uma delegação sul-coreana para o primeiro encontro com Kim, se encontrou com o assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, H.R. McMaster, na Casa Branca, dando início a uma rodada de discussões com autoridades sêniores do governo.
O crescente foco em diplomacia nas relações na Península Coreana ajudou a aliviar temores de guerra e um impasse sobre o desenvolvimento norte-coreano de mísseis nucleares capazes de atingir os EUA, e colocou Washington sob pressão para ponderar a seriedade da oferta de Pyongyang.