O secretário-geral das Nações Unidas disse estar confiante em um acordo entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, após o anúncio de que os mandatários dos dois países – o presidente americano Donald Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un – decidiram fazer um encontro de cúpula em maio. A informação é da ONU News.
Em Nova Iorque, o porta-voz de António Guterres destacou o assunto durante a conversa diária com os correspondentes da ONU. Stephane Dujarric afirmou que Guterres “elogia a liderança e visão de todos os envolvidos” no diálogo. O chefe da ONU também reforça seu apoio aos esforços em prol da desnuclearização pacífica da Península Coreana, de acordo com resoluções relevantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Direitos Humanos
O relator da ONU para a Coreia do Norte, Tomás Ojea Quintana, alertou nesta segunda-feira (12) que a eventual aproximação dos EUA e aliados com o regime de Pyongyang não deve ser concentrada unicamente em questões de segurança e que é preciso considerar também a situação dos direitos humanos no país.
“A aproximação não pode ser de uma via só e centrada unicamente na segurança, já que não pode haver paz e segurança a longo prazo em um clima de impunidade e desdenho com os direitos humanos. Ambos aspectos devem se complementar e avançar paralelamente”, disse Ojea.
Em uma apresentação no Conselho de Direitos Humanos da ONU (CDH), Ojea sustentou que “este é o momento adequado” para que a Coreia do Norte mostre uma abertura real aos mecanismos das Nações Unidas para supervisionar a situação dos direitos humanos em todos os países.
“A comunidade internacional tem a responsabilidade de que os temas críticos de direitos humanos se mantenham na agenda. O impulso está lá e deve ser aproveitado para que haja um diálogo significativo sobre direitos humanos”, continuou.
Acompanhamento
Tomás Ojea Quintana foi encarregado pelo CDH de realizar o acompanhamento da evolução dos direitos e liberdades fundamentais na Coreia do Norte e elaborar relatórios periódicos a respeito, o último apresentado hoje perante este órgão.
Tanto em seu discurso perante o Conselho de Direitos Humanos como em seu relatório, Ojea destacou que no último ano houve uma inesperada abertura do Governo de Kim Jong-un para algumas instâncias da ONU dedicadas a áreas específicas dos direitos humanos, como os comitês da ONU sobre os Direitos das Crianças e sobre os Direitos das Mulheres.
* Com informações da agência Efe.