“Fiquei com medo, tremendo muito. Depois, tive raiva e comecei a pensar em todas as notícias de mulheres que sofrem violência sexual”, disse Vitória Antunes, 21 anos, que denunciou em suas redes sociais um caso de assédio em um voo entre Belo Horizonte e São Paulo, na manhã desse domingo. Segundo a jovem, funcionários da Avianca Brasil – empresa responsável pelo avião onde o episódio aconteceu – não fizeram nada para conter e punir um homem que se masturbava do seu lado. Companhia disse que vai apurar o caso.
Vitória
Na hora em que os funcionários se aproximavam da fileira em que os dois estavam, Vitória decidiu gravar. “Quando eles estavam a três fileiras de chegarem na nossa, ele pegou o pênis com as duas mãos e deu um gemido. Perguntei se ele estava em casa, mas, ao perceber a aproximação dos comissários, ele pediu desculpas e voltou para o seu lugar de origem”, disse, indignada.
Fiquei muito incomodada e chorei muito. Porque todo mundo viu o que tava acontecendo e ninguém perguntou nada. Ninguém fez absolutamente nada.(Vitória Antunes, 21 anos)
Com a previsão de pouso, Vitória contou que o homem entrou no banheiro para que não a encontrasse no momento em que os passageiros deixam o avião. “Quando ele saiu do banheiro achando que eu não estaria mais no avião, deu de cara comigo. Mas, virou de costas e foi conversar com os comissários, de forma amigável, como se nada tivesse acontecido”, relatou. De acordo com a jovem, os dois funcionários pediram que ela ficasse calma, uma vez que a viagem já estava chegando no seu destino, e repetindo que “não tinham visto nada”.
“Na hora que estava indo embora, a comissária me segurou e o piloto do avião me cumprimentou, perguntando se eu estava bem. Respondi que não expliquei o que havia acontecido”, contou Vitória que mostrou o vídeo do homem se masturbando. Segundo ela, o homem sugeriu que ela procurasse a polícia, pois não tinha visto nada de errado. “Eu tenho 21 anos e sei me defender. Mas, existem meninas da minha idade, e até mais novas, que não saberiam gritar ou pedir por socorro. Se fosse uma criança, ele continuaria se masturbando, sem se sentir incomodado.”