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“Estamos profundamente tristes pela morte do nosso pai hoje”, disseram seus filhos Lucy, Robert e Tim. “Era um grande cientista e um homem extraordinário, cujo trabalho e legado viverão por muitos anos”, acrescentou o texto.
Autor de grande parte das descobertas da astrofísica moderna, Hawking sofria de esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma rara doença degenerativa que o imobilizou e o fez se comunicar por meio de um sintetizador de voz.
Depois de desafiar a atrofia muscular progressiva desde os 21 anos, o matemático desafiou a física com a mesma determinação e, graças a ele, os buracos negros deixaram de ser uma hipótese fantasiosa. Além disso, viu em outra de suas mais fortes convicções, a teoria do espaço-tempo, a esperança de sobrevivência da humanidade.
Nascido em Oxford em 8 de janeiro de 1942, exatamente 300 anos após a morte de Galileu Galilei, como ele sempre disse, Hawking sempre se descreveu como um filho desordenado e desprevenido, tanto que aprendeu a ler somente aos 8 anos.
No entanto, as coisas seguiram um rumo diferente quando ele foi diagnosticado com a doença. Naquele momento ” tudo mudou”.
“Quando você enfrenta a possibilidade de uma morte precoce, você percebe todas as coisas que você gostaria de fazer e que a vida deve ser vivida na íntegra”, disse ele.
A ciência de Hawking O universo sempre exerceu um enorme fascínio sobre Hawking e, em 1963, essa paixão o trouxe para a Universidade de Cambridge, onde obteve seu doutorado em Física Teórica e Cosmologia.
Os anos entre 1965 e 1975 foram cientificamente entre os mais produtivos de sua vida. Após conseguir seu doutorado, Hawking se dedicou à pesquisa e ao ensino na faculdade de Gonville e Caius.
Em 1988, ele escreveu seu livro mais famoso: “Uma breve história do tempo”. Já em 1997, ele ingressou no Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica de Cambridge, onde foi professor de Fisica Gravitacional. Três anos depois, conquistou a titularidade da cátedra Lucasiana de Matemática Aplicada e Física Teórica, que foi ocupada por Isaac Newton em 1663.
Sua pesquisa sobre buracos negros permitiu confirmar a teoria do Big Bang, a explosão da qual o universo nasceu. A partir dos anos 1970, ele começou a trabalhar sobre a possibilidade de integrar as duas grandes teorias da física contemporânea : a teoria da relatividade de Einstein e a mecânica quântica.
Ele sonhava com todas reunidas na “teoria de tudo”, que em 2014 inspirou o filme dirigido por James Marsh, dedicado a Hawking. O longa rendeu o Oscar de melhor ator ao inglês Eddie Redmayne.
O físico se tornou um dos cientistas mais conhecidos do mundo ao abordar temas como a natureza da gravidade e a origem do universo. Uma das mais recentes teorias que formulou prevê que o universo não teve um começo e história únicos, mas uma infinidade de origens e histórias diferentes. A maioria desses mundos alternativos, no entanto, teria desaparecido muito cedo, depois do Big Bang, deixando espaço para o universo que é conhecido.
Hawking revolucionou a história com as suas teorias do espaço-tempo, o Big Bang e a radiação dos buracos negros, resumidos em “Uma Breve História do Tempo”. A publicação teve mais de 25 milhões de exemplares vendidos em to o planeta.
A obra resultou em uma série de televisão da rede “BBC”, chamada Into the Universe with Stephen Hawking (“Dentro do Universo com Stephen Hawking”).
Em novembro do ano passado, o físico teve um encontro com o papa Francisco durante um evento promovido pela Pontíficia Academia de Ciências do Vaticano. “Existem inúmeros sinais encorajadores de uma humanidade que quer reagir, escolher o bem comum e regenar-se com responsabilidade e solidariedade”, disse o Papa na ocasião.
Homenagens
A primeira-ministra britânica, Theresa May, lamentou a morte do cientista, que descreveu como uma “mente brilhante e extraordinária”.
“O professor Stephen Hawking era uma mente brilhante e extraordinária, um dos grandes cientistas de sua geração. Sua coragem, humor e seu empenho em aproveitar a vida ao máximo foram uma inspiração”, escreveu em sua conta no Twitter. Segundo ela, o legado de Hawking não será esquecido.
Por sua vez, o ator vencedor do Oscar por interpretar o físico também lamentou a morte de Hawking. Em comunicado, Red Redmayne afirmou que “era o homem mais divertido” que ele já conheceu.
“Nós perdemos uma mente verdadeiramente linda, um surpreendente cientista e o homem mais divertido que eu tive o prazer de conhecer”, destacou o ator na nota.
A Universidade de Cambrigde, onde ele realizou boa parte de suas contribuições, enfatizou que Hawking era uma “inspiração para milhões” de pessoas e deixa ao mundo “um legado indelével”.