O abastecimento de água foi restabelecido nesta quinta-feira (15) em Santo Antônio do Grama, na Região da Zona da Mata, de acordo com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
Nesta segunda-feira (12), a tubulação do mineroduto Minas-Rio, da Anglo American, rompeu-se na cidade, liberando polpa de minério de ferro no Ribeirão Santo Antônio.
De acordo com a Copasa, a captação voltou a ser feita totalmente pela Estação de Tratamento de Água (ETA). Segundo a mineradora, caminhões-pipa seguem complementando a distribuição.
Rio Casca
A Copasa também informou que o abastecimento de água em Rio Casca, a quase 19 quilômetros de distância de Santo Antonio do Grama, foi normalizado.
Nesta terça-feira (13), o secretário de Administração da cidade, José Geraldo Gonçalves, disse que a polpa de minério havia chegado ao ponto de captação de água para abastecimento da cidade.
Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), os impactos provocados pelo vazamento da polpa de minério no meio ambiente continuam sendo monitorados no local.
Ainda de acordo com a pasta, no auto de fiscalização, que está sendo lavrado e deve ser entregue à mineradora nesta sexta-feira (16), será feita a notificação para o acompanhamento semanal da investigação que apura as causas do incidente, até que elas sejam esclarecidas.
MP pede bloqueio de R$ 10 milhões
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou, nesta terça-feira, uma ação civil pública, pedindo o bloqueio imediato de R$ 10 milhões da Anglo American. O Ministério Público Federal (MPF) também abriu um inquérito para apurar o incidente.
Na ação, o MPMG pede que a Anglo American adote medidas para parar, imediatamente, o vazamento de substâncias do mineroduto e a contaminação do meio ambiente. Além disso, quer que a empresa seja obrigada a, no prazo de 72 horas, fazer a contenção e posterior retirada e destinação dos poluentes.
O Ministério Público ainda quer que a Justiça, ao fim do julgamento da ação, fixe a responsabilidade da Anglo American pela reparação integral dos danos ao meio ambiente, à saúde e aos consumidores de serviço de abastecimento de água.
Mineroduto
A Anglo American extrai minério de ferro em Conceição do Mato Dentro, onde ele é misturado com água para produzir uma polpa. Esse material é bombeado para o mineroduto, que passa em Santo Antônio do Grama.
A instalação de 529 quilômetros também passa pelo Rio de Janeiro. No Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), o minério de ferro é separado da água e embarcado em navios para exportação. A água eliminada é tratada e jogada no mar.
Segundo a Anglo American, o mineroduto, inaugurado em 2014, é o maior do mundo. A empresa diz que é um meio de transporte seguro, monitorado em todo o trajeto. Diz ainda que tem um plano de emergência para o caso de vazamentos, que, mesmo sendo raros, podem ocorrer, e, de acordo com a própria mineradora, causar danos ao meio ambiente.
De acordo com a mineradora, o material que vazou é considerado resíduo não perigoso.