O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, prometeu nesta quinta-feira (15) uma resposta rápida para a expulsão de 23 diplomatas russos do Reino Unido devido ao envenenamento do ex-espião Sergei Skripal e de sua filha Yulia. A infromação é da Agência EFE.
“A resposta virá muito em breve, eu garanto”, disse o chanceler russo ao responder uma pergunta dos jornalistas nos corredores do fórum “Rússia, um país de oportunidades”.
Lavrov explicou que a Rússia informará ao Reino Unido sobre as medidas de represália antes de torná-las públicas.
“Vocês entenderão que, como somos corteses, primeiro vamos informar nossos colegas britânicos”, acrescentou Lavrov.
O ministro russo indicou que Moscou prefere tratar de assuntos que geram dúvidas ou suspeitas por canais de comunicação internos e só depois torná-los públicos.
“É algo que tem a ver com cortesia. Assim agem os cavalheiros, mas, pelo visto, eles estão cada vez mais escassos”, disse o chanceler em uma crítica à forma de proceder das autoridades britânicas.
Por sua vez, a porta-voz de Relações Exteriores, Maria Zakharova, voltou hoje a fazer um pedido a Londres para que “apresente todos os materiais existentes relativos ao incidente que, segundo eles (os britânicos), está vinculado ao uso de armas químicas em território da Grã-Bretanha”.
Em entrevista coletiva, Zakharova afirmou que Londres se negou a oferecer a Moscou informações sobre o caso, assim como amostras da “substância química encontrada na cena do crime”.
“Remetemos ao Foreign Office (Ministério das Relações Exteriores britânico) através da embaixada russa no Reino Unido várias notas diplomáticas com o objetivo de iniciar um diálogo ativo com Londres, mas só recebemos como resposta notas formais sem sentido”, afirmou a porta-voz russa.
“A Grã-Bretanha se recusa a interagir com a parte russa em cumprimento de seus compromissos como membro da Convenção para a Proibição de Armas Químicas”, acrescentou Zakharova
A porta-voz russa qualificou as medidas e declarações britânicas de “espetáculo político-informativo” e atribuiu as acusações contra a Rússia a “uma campanha colossal” para solucionar os problemas internos de Londres.
A crise diplomática entre Rússia e Reino Unido vem aumentado desde domingo, 4 de março, quando o ex-espião Skripal e sua filha foram encontrados inconscientes na cidade inglesa de Salisbury.
O ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, qualificou hoje de “adequada” a decisão de seu país de expulsar 23 diplomatas russos pelo ato de “imprudência e brutalidade” cometido contra o ex-espião.
“Um agente nervoso foi utilizado em um país europeu pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. Acreditamos que o governo do Reino Unido respondeu de maneira firme, como o povo deste país esperaria que nós fizéssemos”, afirmou Johnson.
O ministro também informou que o Reino Unido entregará uma amostra do agente nervoso à Organização para a Proibição de Armas Químicas para que ela faça sua própria análise.