Moradores de Belo Horizonte devem reforçar a higiene para evitar olhos vermelhos e lacrimejantes: a capital mineira entrou para a lista de surtos de conjuntivite de Minas Gerais. Este ano, a vigilância epidemiológica de BH recebeu notificação das regionais Norte, Leste e Oeste. Há pelo menos 79 casos envolvidos nesses surtos. A informação foi confirmada ontem pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). Porém, acredita-se que esse número seja bem superior, já que as estatísticas não são obrigatoriamente repassadas para as autoridades. Já no estado, o número de pessoas contaminadas subiu, contabilizando 118 surtos só nos dois primeiros meses e começo de março deste ano. O levantamento anterior sobre a inflamação nos olhos, atualizado na segunda-feira, apontava a existência de 82 surtos em Minas. Ou seja, foram confirmados outros 36. Em 2017, foi notificado à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) um total de 180. O tema provocou uma epidemia de comentários nas redes sociais.
Em Minas, os dados de surtos de conjuntivite estão separados pelas 28 Regionais de Saúde, que incluem todos os 853 municípios. Segundo a SES, as cidades não são obrigados a notificar número de casos da doença, exceto se houver surtos. Ou seja, não é possível contabilizar o total certo de pessoas que foram infectadas por município. De acordo com a pasta, “um surto é quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica, além da normalidade”.
A Regional de Divinópolis lidera entre as mais atingidas pela doença, com o equivale a mais de 25% das notificações este ano. A cidade com o maior número na regional é São Gonçalo do Pará, com 30 surtos. Outra regional com alto índice é Diamantina, na Região Central de Minas, com 15. O número é distribuído entre Presidente Kubitschek (10), Vargem da Lapa (3), Coluna (1) e Araçuaí (1). A cidade de Paiva, que faz parte da Regional de Saúde de Barbacena, também na Região Central, manteve o número do último balanço da SES, com 17 surtos.
A Regional de Saúde da Belo Horizonte engrossou a lista de 18 cidades que já detectaram surto de infeções nos olhos. Na matéria divulgada ontem pelo Estado de Minas, a SMSA não confirmou a incidência de conjuntivite no município. Mas a reportagem mostrou que clínicas especializadas de olhos apontavam um aumento de até 50% dos casos na última semana. O último balanço da SES mostra que a Regional de Saúde de BH, que inclui 39 municípios, apresentou três surtos – dois na capital e um na cidade de Santa Luzia, na Região Metropolitana. “Os casos de surtos são notificados investigados pela equipe do Centro de Informações Estratégicas (CIEVS)”, informou. Em 2017, segundo a pasta, não houve notificação de surto. Em 2016, foram notificados três surtos, com um total de 27 casos.
ORIENTAÇÕES Olhos avermelhados e lacrimejantes, pálpebras inchadas e avermelhadas, secreção esbranquiçada e sensação de areia nos olhos são os principais sintomas da conjuntivite. Trata-se de uma inflamação da mucosa que, junto com a lágrima, protege o olho contra poeira, agressões do meio ambiente e outros fatores. Há vários tipos, entre eles a conjuntivite viral, bacteriana, química e tóxica. Os casos mais comuns podem ser causados, também, por reações alérgicas a poluentes ou substâncias irritantes como fumaça, cloro de piscinas, produtos de limpeza ou maquiagem. A patologia apresenta transmissão de pessoa a pessoa, principalmente, por objetos contaminados como toalhas, travesseiros, lenços, lápis e copos. A doença, normalmente, tem duração de 15 dias até a cura.
CUIDE-SE
Quinze dicas simples que podem reduzir a ocorrência da conjuntivite:
» Nunca compartilhe itens pessoais como maquiagem, travesseiros, óculos e toalhas de mão e rosto
» Cubra o nariz e a boca quando tossir ou espirrar e evite esfregar ou tocar os olhos
» Nunca compartilhe suas lentes de contato com outra pessoa e interrompa o uso caso apresente sintomas da conjuntivite
» Lave as mãos frequentemente, especialmente quando passar tempo na escola ou em outros lugares públicos
» Mantenha acessível um desinfetante manual como o álcool gel e use-o com frequência
» Limpe sempre as superfícies com um antisséptico apropriado
» Se você sabe que sofre alergias sazonais, pergunte ao seu médico o que pode ser feito para minimizar seus sintomas
» Ao nadar, use óculos de natação para se proteger de bactérias e outros microrganismos presentes na água
» Ande sempre com lenços de papel para secar ou limpar os olhos e jogue-os fora após o uso. Não guarde os lenços contaminados no bolso para reutilização
» Não use lentes de contato ou maquiagem na região dos olhos enquanto eles ainda estiverem vermelhos ou irritados
» Separe sua toalha de rosto e travesseiro, de preferência troque a fronha e a toalha todos os dias
» Use apenas o medicamento indicado pelo seu médico e lave os olhos com água filtrada ou tratada
» Faça compressas frias várias vezes por dia e lave o rosto e os olhos com água gelada sempre que possível
» Em caso de baixa de visão, procure novamente seu oftalmologista
» Evite a reinfecção não utilizando novamente a maquiagem ou lentes de contato que possa ter usado no período em que estava doente