A cidade de Catas Altas foi o tema escolhido para o livro “Catas Altas do Matto Dentro” de autoria da escritora mineira Fátima Pinto Coelho.
O lançamento da obra, que reúne fotografias, desenhos e poemas sobre ao município mineiro, aconteceu no último dia 15 no Museu Mineiro de Belo Horizonte, quando uma mostra expôs um conjunto de documentos sobre a cidade: fotos de época, a carta redigida por Pedro Nava, o catálogo da Bienal de São Paulo e uma coleção de espelhos de fechaduras.
O prefeito de Catas Altas, José Alves Parreira, o vice, Fernando Rodrigues Guimarães, e o secretário de Turismo e Cultura, Lucas Nishimoto, estiveram na exposição e ficaram maravilhados com o trabalho. “Foi uma exposição muito bonita e o trabalho dela é impecável”, destaca Guimarães.
“Esse livro é motivo de orgulho para todos nós que moramos e amamos Catas Altas. É um resgate completo da nossa história e vai servir para que as futuras gerações possam conhecer um pouco mais sobre o município”, afirma Parreira.
“O livro mostra um passado recente que muitos de nós preferimos esquecer. Mas serve como um alerta e uma lembrança para que a gente invista em outras fontes de renda para que, no futuro, isso não se repita”, completa o prefeito.
O livro começou a ser escrito há mais de 40 anos, quando Fátima visitou Catas Altas por algumas vezes quando ainda era criança, para visitar o avô. Depois, a escritora retornou à cidade em outros momentos, o que contribuiu para a formatação final do livro que está divido em duas partes.
A primeira é composta por poemas escritos por Fátima Pinto Coelho como artista integrante da “Equipe da Serra”, coletivo que participou da XIV Bienal Internacional de São Paulo (1977). Os textos foram escritos nos anos 1970, quando a autora revisitou a cidade que havia conhecido como menina vinte anos antes, e entrelaçam a busca da história afetiva e familiar em Catas Altas com o estado de abandono do município.
A segunda parte foi escrita nos últimos anos, quando Fátima retoma o olhar crítico sobre a cidade, repaginada agora como destino turístico da Estrada Real. Os poemas são perpassados por uma inquietação que se torna premonitória: quando o livro estava quase pronto, o rompimento da barragem de Fundão, no município vizinho de Mariana, transforma o entorno da Serra do Caraça no epicentro do que vem sendo considerado o maior desastre ambiental da história do Brasil.
Além de Belo Horizonte, o livro foi lançado no Rio de Janeiro e, em breve, será a vez de Portugal.