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Em seu pronunciamento na tribuna da Câmara, o sindicalista, que até então fazia uma manifestação pacifica e silenciosa, disse que “manifestação tranquila demais não tem resultado. As vezes tem que fazer barulho e se for necessário tem que quebrar”. A partir daí subiu o tom das críticas aos parlamentares.
Ao explicar as necessidades dos servidores, que há mais de três anos não recebem reajuste salarial, Auro Gonzaga disse que o Governo não está abrindo o diálogo com o sindicato e ao finalizar o seu discurso, atacou os vereadores.
“A questão é o seguinte, eu acho que o que vocês recebem aqui vêm do dinheiro do povo e o servidor público também pagam vocês, o que vocês recebem aqui em quatro anos, vocês fazem o pé de meia”, disse o sindicalista, que antes mesmo de concluir a sua manifestação, foi interrompido pelos vereadores e retirado do plenário.
A fala do sindicalista despertou a irritação inicialmente do vereador Adélio Martins da Costa “Decão” (PMDB) que saiu de seu lugar e foi até a tribuna para impedir que o presidente do sindicato continuasse o seu pronunciamento.
“Não é a primeira vez que o senhor vem a esta casa, me ofende e o ofende os vereadores e as nossas famílias. Vão me desculpar, mas eu não tenho sangue de barata não”, atacou o vereador.
A partir daí, foram só críticas em cima do represente dos servidores. Dos 16 vereadores presentes, apenas dois não responderam aos ataques feitos por Auro Gonzaga.
Retirado do plenário o sindicalista ouviu calado todas as falas. Incomodado com a situação, o presidente Neidson Dias Freitas (PP) alertou os servidores públicos sobre a conduta do presidente.
“Infelizmente o senhor perdeu a oportunidade de fazer a defesa do servidor para fazer ataques políticos. Eu acho que os servidores precisa ter um líder de equilíbrio”, disse o presidente da Câmara.
Para o vereador Allain Anderson de Figueiredo Gomes (PDT) o presidente do sindicato foi infeliz em sua fala. “Aqui são 17 homens, 17 pais de família que trabalham e que merecem respeito”, disse o vereador.
Ronaldo Meireles de Sena “Capeoira” (PV) também criticou a postura do sindicalista. “A falta de respeito foi muito grande e isso não é atitude de um líder, de um dirigente sindical”, atacou o pevista.
ACT – Entre perdas inflacionárias, reajuste e ganho real os servidores pedem um aumento de 31,25%, mas a reclamação principal era a falta de diálogo entre a Prefeitura. Por este motivo os vereadores aprovaram um requerimento pedindo o uso da tribuna por Auro Gonzaga, que inicialmente retornaria à Câmara na semana que vem. No entanto, os vereadores abriram um precedente e deixaram o sindicalista discursar.