Indiciado por porte ilegal de armas de fogo, homicídio qualificado, extorsão mediante sequestro com morte, mandante de sequestro de filho de um prefeito da Bahia, condenações por tráfico de drogas e assassinatos. Esse é o currículo da vida criminal de Marcelo Cristian Batista de Souza, de 41 anos, conhecido como ‘Marcelão’, um dos principais narcotraficantes de Minas Gerais. Ele foi recapturado pela Polícia Civil na última quinta-feira no Bairro Kennedy, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os detalhes da prisão foram divulgados nesta terça-feira. Marcelão é investigado por ser um dos responsáveis pelos ataques a dois ônibus na Avenida Carlos Luz, na Região Noroeste da capital mineira, no início do mês.
Foi durante as investigações destes dois ataques que a Polícia Civil chegou até Marcelão. Ele é apontado como um dos líderes do tráfico de drogas no Aglomerado Sumaré. “As nossas centrais de inteligência identificaram sua localização. Ele não reagiu à prisão, foi uma prisão bastante pontual na Região Metropolitana. Ele estava em um local fora de sua residência”, explicou o delegado Murilo Ribeiro de Lima, da 4ª Delegacia Noroeste, responsável pelo caso.
As apurações continuam para saber quais são as responsabilidades no ataque. Mas já há indícios, segundo o delegado, que Marcelão pode ter ordenado a queima dos coletivos. “De acordo com as investigações, ele é apontado como líder do tráfico de drogas daquela localidade. Como as apurações evidenciam a motivação também relacionada ao tráfico de drogas, a Polícia Civil não descarta a possibilidade de sua participação, inclusive na coordenação deste ataque”, disse o delegado.
A ficha criminal de Marcelo demonstra que ele é de alta periculosidade. Ele está envolvido, segundo a polícia, em diversos crimes graves, como sequestro e homicídios. E ainda com o tráfico internacional de drogas. “Marcelão é investigado por uma dezena de crimes. Já foi, inclusive, indiciado pela Polícia Civil por porte ilegal de arma de fogo, homicídio qualificado, extorsão mediante a sequestro com morte. Foi apontado, ainda, como mandante de um sequestro de dois filhos de um prefeito da Bahia em 2003. E foi apontado como sequestrador que matou um dos reféns quando este reagiu ao sequestro. Ele tem condenações por tráfico de drogas e homicídios. Essa prisão para a Polícia Civil representa uma desarticulação deste indivíduo que exerce essa função de controle e comando no tráfico de drogas”, comentou Murilo Lima.
As investigações apontaram que o criminoso tem grande influência no tráfico de drogas. Inclusive, com distribuição dos entorpecentes entre outros países e em Minas Gerais. “A Polícia Civil já concluiu procedimentos investigativos que o relacionam com o tráfico internacional de drogas, sobretudo pelos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, e a fronteira com Paraguai. Há investigações, ainda, que o colocam como o líder do tráfico de drogas na Regiaõ Noroeste de Belo Horizonte, sobretudo no Sumaré, não apenas com a venda, mas também com a distribuição de drogas para todo o estado de Minas Gerais”, afirmou o delegado.
Vida fora da cadeia
Anos atrás, o criminoso já demonstrava ousadia. Em 2001, foi resgatado por comparsas de um hospital de Belo Horizonte onde estava internado sob escolta policial. Mesmo condenado na Justiça, Marcelão recebeu o benefício do regime semiaberto em 2015. Porém, em 2016, um novo mandado de prisão preventiva foi expedido. Desde então, seguia foragido. A Polícia Civil afirma que ele está na vida criminosa há mais de 20 anos.
“Sempre esteve, segundo as investigações, envolvido com crimes bastante graves, com uma articulação bastante grande dentro e fora de Minas Gerais. Essas próprias ações de sequestro e distribuição de drogas evidenciam que é um indivíduo muito bem articulado no crime. Conseguiu, inclusive, passar um bom tempo foragido, sem chamar a atenção da Justiça. Então ele pode ser considerado como um dos mais perigosos do estado”, finalizou o delegado Murilo Lima. (EM)