Quem chega ao campus da Unifei, em Itabira, e encontra o jovem professor Geovane Luciano dos Reis, não imagina quão notável é sua trajetória. De origem humilde, Geovane, hoje com 31 anos, acostumou-se desde os sete a colocar a mão na massa, seja ajudando sua mãe (então, faxineira) ou vendendo verduras para complementar o orçamento da família.
Mesmo com uma carga de trabalho incomum para alguém da sua idade, Geovane nunca largou os estudos, como muitos na mesma situação o fazem. Pelo contrário, fez questão de concluir o ensino fundamental e médio, fase em que cultivava a vontade de ser veterinário. Mas a história começou a mudar em 2003, quando surgiu uma oportunidade de ingressar no Senai.
Lá, ele descobriu sua verdadeira vocação: a elétrica. Após se destacar como aluno em uma turma de Aprendizagem em Eletrônica e em uma olimpíada estadual do Senai, foi convidado a ser monitor de formação profissional. Na mesma instituição, Geovane também conheceu aquele que o inspirou tanto pessoal quanto profissionalmente, o prof. Eugênio Andrade.
Em 2003, a partir de uma apostila de estudos, Geovane teve seu primeiro contato com a Unifei, oportunidade na qual conseguiu perceber a qualidade da universidade e se encantou pelo material. Com as boas referências, tentou entrar no campus em 2008, mas não foi feliz no vestibular. Se não conseguia de uma forma, tentaria de outra. Em 2010, Geovane foi aprovado no concurso público para técnico de laboratório da Unifei-Itabira, fato que aumentou ainda mais o seu entusiasmo com a Unifei, local em que, futuramente, se tornou aluno e professor.
Tal admiração ficou evidente em sua trajetória. Depois de se tornar servidor em 2010, ingressou no ano seguinte como estudante de Engenharia Elétrica. Já em 2015, concorreu em outro concurso público, desta vez de nível superior, para ser engenheiro elétrico no campus, função que exerceu até 2017, quando também passou no concurso que o tornaria professor.
O mais novo docente conta o que mais inspira em sua nova jornada: “Ser professor é estar em um constante aprendizado. Algumas pessoas têm a impressão que nós detemos todo o conhecimento e, na verdade, não é assim. Às vezes são feitos questionamentos cujas respostas não sabemos, e isso nos impulsiona a pesquisar e estudar mais sobre aquela área, uma amostra de como o professor ensina e aprende na mesma proporção”.
Perguntado sobre alguns dos fatores fundamentais em sua trajetória, Geovane destaca alguns nomes importantes, como o instrutor no Senai, Eugênio Andrade, e os professores da Unifei Denis Braga, Clodualdo Sousa, José Eugênio de Almeida e Eben-Ezer da Silveira. Ele também ressalta que a humildade e a vontade de fazer tudo da melhor forma, o que sempre o acompanhou, devem sempre ser valorizadas. “Primeiramente, acho que humildade não faz mal a ninguém. Tem uma coisa que o Eugênio falava muito em sala, de que você deve tentar ser o melhor em tudo sempre, seja dando uma aula ou coletando lixo, pois, naturalmente, você acabará ficando entre os melhores. Aprendi que, independente da atividade, temos que fazer as coisas com muita dedicação!”.
Mesmo com tantas atividades no currículo e contando com a carreira estável de um professor universitário, o inquieto Geovane ressalta que ainda é muito novo para se sentir plenamente realizado, e revela alguns de seus futuros planos, envolvendo seu desenvolvimento pessoal e profissional: “Pretendo, dentro de quatro anos, fazer um doutorado. Sei que a Unifei veio para mudar Itabira e eu quero estar cada vez mais preparado para fazer parte dessa transformação, buscando parcerias e projetos que fomentem a economia local, transformando, assim, conhecimento em riqueza”, conclui.